Os casos de Covid-19 vão aumentar nas próximas semanas em Blumenau. Isso é motivo para preocupação? Neste momento, não. Nós temos duas principais variáveis para este acontecimento. A primeira delas é que estamos chegando ao final do melhor mês para ao turismo na cidade de Blumenau, o mês da Oktoberfest, a maior festa alemã das Américas. Com isso, temos impacto direto em relação à saúde. Com milhares de turistas nestes dias festivos na cidade, aumenta a transmissão de doenças infecciosas, principalmente as transmitidas por gotículas, como a Covid.

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De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), em Blumenau, foram contabilizados 223 casos de Covid no período de 6 a 12 de outubro. Já na semana seguinte, no período de 13 a 20 de outubro, tivemos 288 casos, o que significa um aumento de 29% da doença.

A segunda variável que tem ação direta em relação a este aumento do número de casos, é chegada da nova variante da Covid-19 aqui em Santa Catarina: a XEC , derivada da Ômicron, já conhecida anteriormente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a XEC, em 24 de setembro, como uma “variante sob monitoramento”, devido às mutações que podem trazer maior crescimento desta cepa em relação a outras linhagens em circulação.

A boa notícia é que o comportamento da variante XEC em relação a transmissibilidade, é inversamente proporcional à gravidade, ou seja, embora a variante XEC transmita mais, ela não apresenta maior gravidade.

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Os sintomas principais desta nova variante são: febre, dor no corpo, tosse, dor de garganta e diminuição de olfato e paladar. Importante lembrar que a infecção por Covd-19 pode ser mais grave, como em qualquer doença respiratória, principalmente em pacientes imunossuprimidos, crianças, gestantes e idosos.

Por isso a maior preocupação é com este grupo de risco.

Podemos, sem dúvida, comemorar a Oktoberfest com muita responsabilidade e diversão. Mas a população blumenauense precisa entender a importância desta informação e procurar atendimento mediante a sintomas. Assim, a festa estará garantida, e a nossa saúde também.

Sei que muitos leitores estão cansados de falar em Covid, no entanto, o assunto não vai embora tão cedo, ainda mais agora, com a falta de vacinas, pauta para um próximo artigo.

Por Sabrina Sabino, médica infectologista, formada em Medicina pela PUCRS, mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora de Doenças Infecciosas na Universidade Regional de Blumenau.

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