Aquela abóbora do conto de fadas é quase um trevo de quatro folhas para a artesã Sabrina Forster, 36 anos. Mas a dela nada tem a ver com a personagem Cinderela. Tem os gomos de um tecido delicado, cuidadosamente encaixados, com um acabamento perfeito. E ainda serve como porta-alfinetes.
Continua depois da publicidade
A abóbora tem a ver com a história de Sabrina, que, depois de dois anos comandando um ateliê dentro da própria casa, perdeu a conta de quantas frutas e legumes parecidos saíram de suas mãos. Todos são desenvolvidos a partir de uma das 50 técnicas de patchwork que ela domina e aprendeu estimulada por uma irmã.
– A abóbora foi o carro-chefe do meu trabalho, mas minha primeira peça foi um porta-almofadas, logo que ganhei o kit básico da minha irmã, em 2007 -, lembra.
O interesse e a aptidão para o artesanato sempre existiram e são uma espécie de “herança genética”, como ela gosta de definir. A mãe era craque no crochê e em trabalhos manuais.
Mas o domínio do patchwork veio a partir de uma necessidade. Sem trabalho fixo, ela, que atuava como decoradora, viu uma oportunidade de negócio surgir e se consolidar.
Continua depois da publicidade
– Estudei pela internet, fiz alguns cursos, algumas aulas. Mas me considero uma autodidata.
A técnica exige precisão no corte do tecido – o popeline, 100% algodão -, bom gosto e criatividade. Cada corte pode gerar uma infinidade de combinações. A agulha e a máquina de costura são as fiéis escudeiras nessa empreitada. Tapete, colcha, bolsas, pano de louça. Nada escapa ao talento de Sabrina, que produz sob encomenda e vende em uma loja virtual (www.ateliersabrinaforster.elo7.com.br).
O espaço onde Sabrina cria também favorece a sua arte. Uma casa grande, arejada, em uma rua tranquila, com três cachorros e aquela brisa leve na varanda. É ela quem define os próprios horários e os melhores dias para produzir. É ela, também, quem escolhe se vai criar na sala, na cozinha ou no sótão.
– Trabalhar em casa tem uma parte chata, mas tem muitas coisas boas, sim. O risco é perder meus dias de folga. Mas sempre se dá um jeito -, comenta Sabrina, que vive com o marido e a enteada.
Hoje, além de viver inspirada por tecidos, agulhas, alfinetes e os quadros que pinta, Sabrina também se dedica a ensinar a técnica do patchwork em uma loja no bairro Boa Vista. Mas o principal segredo do seu trabalho é algo que ela dificilmente vai conseguir transmitir nas aulas.
Continua depois da publicidade
– Eu faço tudo com muito amor, carinho e dedicação. Nada é mais valioso do que ver a satisfação de um cliente e saber que você fez exatamente o que ele queria. Vou ficar nessa para o resto da vida. Achei o meu lugar.