Tudo parecia bem. O gráfico das vendas mostrava uma curva ascendente e a fábrica trabalhava a pleno vapor. Nada indicava que algo grave desabaria sobre a empresa. Quando se deparam com uma crise, muitos gestores se perguntam: como isto foi acontecer?
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A corrida em busca dos culpados e as medidas para contornar a situação se misturam a uma enorme carga emocional. Este tipo de situação pode ser mais bem conduzida com a gestão de crise, que prepara a organização para lidar com os riscos de seu negócio.
O vazamento de óleo no golfo do México, ocorrido em 2010, além do maior desastre ambiental dos EUA, é considerado um dos piores gerenciamentos de crise da história, de acordo com o professor de relações públicas da Universidade de Syracuse, em Nova York, Bill Smullen.
– Preocupações de segurança expressas pelos trabalhadores da plataforma foram ignoradas. Assim como a existência de planos de gestão de riscos, de resposta a crises ou de limpeza adequada do ambiente -, explica.
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Estancar o problema que gerou a crise não significa colocar um ponto final no assunto. As consequências podem se arrastar por anos. No mês passado, três anos após o episódio no golfo, a imprensa noticiou o acordo de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 9 bilhões), no qual a British Petroleum (BP) admite a culpa nas acusações criminais do vazamento.
Outro exemplo é o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS).
– O que aconteceu ultrapassa a capacidade de resposta -, analisa o coordenador do centro de ensino e instrução do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, Ricardo Vitorino de Souza.
Ele observa, neste caso, um aspecto comum quando o assunto é crise: a falta de prevenção e a junção de fatores, como a escolha de material inflamável para o isolante acústico, a ausência de rotas de fuga, de sinalização e de um ambiente arejado.
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Simulações de incêndio feitas pelo Corpo de Bombeiros são casos típicos do gerenciamento de crise.
– O risco é a soma da ameaça mais a vulnerabilidade -, diz o coordenador.
Para os bombeiros, que buscam salvar o maior número de pessoas no menor intervalo de tempo, um incêndio em hospital é o caso mais complexo. Um lugar com muitas pessoas, entre elas, vítimas de outras ocorrências que não conseguem sair da cama. Como salvá-las? Segundo Souza, por meio do planejamento e de muito treinamento.
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