Um idoso de 77 anos morreu por choque elétrico na tarde de terça-feira (30), ao ser atingido por fios de alta tensão em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, durante a passagem de um ciclone que causou devastação em todas as regiões de Santa Catarina. Além dele, outras oito pessoas perderam a vida devido ao temporal no Estado.
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Ciclone provoca cinco mortes e destruição na Grande Florianópolis; veja fotos
O vendaval chegou ao município por volta das 16h, com rajadas de 109 km/h, conforme registrado nas cidades próximas. No mesmo instante, as árvores começaram a balançar e as telhas se soltaram nas casas do bairro Braço São João e Araceli dos Santos Martins saiu para a rua ver o que estava acontecendo. No mesmo instante, árvores caíram sobre a fiação elétrica e os fios o atingiram.
– A rua ficou toda energizada. Alguns integrantes da minha família viram a situação, mas não puderam agir por causa da eletricidade no local. Ele ficou deitadinho no chão por horas. Ninguém podia mexer nele. E sabe o que mais dói? Ele se cuidava tanto, tanto, tanto – desabafa a neta, Jhenifer Martins Pollet.
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Criada como filha por “Celito”, como é conhecido, Jhenifer relata que o avô era muito forte, mas demonstrava preocupação com a pandemia do coronavírus, motivo porque redobrou os cuidados com a saúde:
– Meu avô era um senhor saudável, cuidadoso. Estava sempre de máscara, lavando as mãos, usando o álcool, se preocupava, sabe? Ele estava tomando mais chás, ingerindo mais alimentos com vitamina C, justamente para cuidar mais da saúde nesse momento – lamenta.
Jhenifer, que estava em São José, no apartamente onde mora, quando recebeu a ligação da madrinha contando sobre o seu avô, ainda não assimilou a perda:
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– Eu vi que o tempo estava um caos, ouvi uns estouros, caiu a energia e minutos depois minha madrinha ligou. Eu ainda estou tentando entender tudo isso.
Celito foi entenrrado na tarde dessa quarta-feira (1º). Jhenifer, que é jornalista, resolveu homenagear o avô, que era como um pai para ela, ao falar sobre ele pouco depois da despedida.
– Ele sempre sentiu orgulho de dizer que tem uma neta jornalista. Até hoje lembro do olhar dele quando viu meu diploma. Foi uma forma de homenageá-lo – completa, emocionada.