A reforma administrativa vai motivar a primeira convocação extraordinária da Câmara de Vereadores na atual legislatura, empossada neste domingo. As mudanças pretendidas pelo governo Udo mexem com as seis fundações municipais.

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A 25 de Julho e a Felej serão transformadas em secretarias específicas, de Agricultura e outra de Esportes. A Fundação Cultural e a Turística vão virar a Secretaria de Cultura e Turismo. Já a Fundamas e o Ippuj serão absorvidos pela Educação e pelo Desenvolvimento. O corte de cargos comissionados ainda não está definido. “Serão vários”, resumiu Udo antes da posse de ontem. O projeto será enviado nos próximos dias e será votado – e provavelmente, aprovado – ainda em janeiro.

Havia também a possibilidade de análise da proposta de mudança nos critérios de cobrança da Cosip, mas deve ficar fora da convocação. A Prefeitura quer o consumo de energia como parâmetro para cálculo da contribuição, em vez do tamanho da frente do terreno, como é hoje.

“Muito novo”

Antes da eleição, Fernando Krelling (PMDB) era o presidente da Felej disposto a tentar, pela segunda vez, chegar à Câmara de Vereadores. O peemedebista até era cotado para se eleger, mas jamais para ser o mais votado, com mais de 10 mil votos. O que causou muito surpresa pelo fato dele ser “muito novo” na política, com 34. Depois de eleito, começou a história de ser presidente da Câmara. “Muito novo”, se ouviu a todo instante.

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Quase consenso

No final da tarde de domingo, após articulação com participação e incentivo de Udo, Krelling foi eleito presidente da Câmara de Joinville com 18 dos 19 votos possíveis (só Odir Nunes, de Pirabeiraba como ele, foi contra). Agora, Krelling já é um dos cotados para concorrer a deputado estadual. E entra também na lista de prováveis candidatos a prefeito em 2020. Ainda que seja “muito novo”, na esfera política.

O discurso

No discurso de posse para o segundo mandato, Udo não chegou a usar a expressão “quinta roda da carroça”, mas voltou a cobrar mais atenção da União e do Estado. “Nossa cidade merece respeito e ser tratada como a terceira maior economia do Sul”, disse o prefeito reeleito, prometendo cobrar mais recursos das esferas federal e estadual. Houve abordagem da crise, mas sem nenhuma menção a eventuais medidas mais duras a serem tomadas.

Corrupção

Após rápido balanço da gestão, Udo apontou “transparência” e “respeito ao dinheiro público” como principal bandeira. “Ainda é uma luta diária e silenciosa”, alegou o prefeito, sobre o enfrentamento da corrupção. Para ele, as últimas eleições mostraram que os eleitores estão cansados da “velha política, do fisiologismo, do toma

lá da cá”.

Onde vai pegar

Com base eleitoral na mesma região de Joinville, Richard Harrison e Rodrigo Fachini se enfrentaram em guerra fria durante a eleição. Agora, é possível que venha um novo confronto pela Subprefeitura Sul. O cargo vai permanecer com Rogério Atanázio, indicado por Fachini. Responsável pela nomeação de Maria José Fettback na Centro-Norte, Richard deve ficar quieto, por ora.

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Cargos

Juntas, a Fundação Cultural de Joinville e a Fundação Turística têm 47 cargos de confiança, a maiora na área cultual (36). A nova secretaria a nascer da fusão das duas fundações deve ficar com 35 comissionados. O projeto ainda não foi apresentado.

Vez de Aragão

Em alta com o governo, Cláudio Aragão liderou a articulação para a montagem da mesa diretora, além do xadrez dos cargos de confiança. Aragão inclusive abriu mão de comandar a comissão de Urbanismo em favor de Jaime Evaristo – que deixará a Finanças para Rodrigo Fachini, que reivindicou a presidência de uma comissão. Na Legislação, permanece Maurício Peixer.

Papo de sempre

Como é praxe em início de legislatura, os vereadores de Joinville está discutindo a revisão do modelo de aluguel de veículos, tradicionalmente alvo de críticas da opinião pública. Uma das opções é oferecer cota maior de combustível e cada um anda com seu carro. Tal proposta apareceu em 2009 e 2013 e não foi adiante.

O troco

Aparentemente, Rodrigo Fachini achou que o apoio dado ao governo municipal durante seu período como presidente da Câmara seria suficiente para apagar a mágoa de Udo por ter sido desafiado e derrotado na eleição para a mesa no final de 2014 – o prefeito queria outro candidato. Aparentemente, Udo ainda se ressente.

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Sucesso

Na primeira vez já havia atraído bastante gente, mas a segunda edição do Reveillon no Espinheiros, com queima de fogos, levou milhares de pessoas à entrada da baía da Babitonga na noite de sábado. Em uma cidade sem grandes atrações nessa época do ano, o evento se transformou no maior evento da virada.

“Onde vai parar?”

Nos anos 90, Joinville registrou 347 homicídios ao longo de dez anos, alarmando a população devido à quantidade de mortes em uma cidade até então considerada sem grandes demandas na segurança pública. Já na aquela época, a violência era considerada “inaceitável”.

A escalada

A preocupação fazia sentido: como uma cidade poderia ter dobrado o número de casos de homicídio em apenas uma década? Nos anos 80, eram 15 mortes em média por ano. Nos anos 90, uma disparada para quase 30 homicídios anuais.

E agora?

Agora, bastaram apenas três anos – 2014, 2015 e 2016 – para a marca de uma década inteira ser atingida: nos últimos três anos, são 351 vítimas de assassinatos. A população cresceu nesse período, mas longe de acompanhar o ritmo da violência.

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Sanção da LOT

O projeto da LOT será sancionado nesta semana pela Prefeitura de Joinville com veto de apenas uma das 29 emendas aprovadas pelos vereadores. Assim, a lei entra em vigor, começando a correr o prazo de 120 dias para regulamentação do que “couber”. O veto não impede a vigência da lei.

Férias pós-posse

Em momento mais aplaudido do discurso de posse em São Francisco, Renato Gama Lobo (PSD) se disse surpreso quando descobriu há algum tempo que os vereadores empossados no domingo, como ocorre pelo País afora, só terão sessões em fevereiro. “Não conheço nenhum trabalhador (que faça isso)”, disse o prefeito, uma referência às férias antes de começar a trabalhar.

Economia

Ninfo König vai doar os salários, não vai pegar o carro alugado e nem nomeará todos os assessores aos quais terá direito. O anúncio do empresário eleito pelo PSB foi feito durante discurso de posse, ontem.

Para AVCs

No final do ano, o Ministério da Saúde atendeu ao pedido e o Hospital São José vai ganhar mais R$ 1,5 milhão por ano para bancar a interação e tratamento de AVCs – o repasse será para a unidade de acidentes vasculares cerebrais. O hospital de Joinville é referência na especialidade de neurologia.

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Mais perto

Questionado no domigo sobre o reajuste da passagem de ônibus, Udo repetiu que os estudos ainda estão feitos e não há um valor definido. Mas garantiu que a decisão sai nesta semana. Mais uma vez, o prefeito lembrou que a elevação de R$ 3,70 para R$ 4 na passagem comprada com antecedência, como sugerem as planilhas, fica dentro da inflação. Portanto, o aumento será por aí.

Dois no páreo

Luiz Cláudio Gubert continua sendo o favorito para a direção geral da Câmara de Joinville. Mas há outro nome em análise.

Agenda

O vice-governador Eduardo Pinho Moreira, ausente na posse de ontem, visita Udo no início da tarde de hoje.

Oposição tucana

Presente na posse, o presidente do PSDB de Joinville, Cromácio José da Rosa, reforçava o posicionamento de oposição do partido. Nessa condição, os vereadores tucanos não deveriam votar no “candidato do prefeito”. Natanael Jordão votou em Fernando Krelling e Odir Nunes foi contra.

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Com a base

Os três vereadores do PSB titubearam em entrar na base aliada em um primeiro momento. Nem quer dizer que agora entraram. Mas ontem a bancada votou a favor de Krelling.