Um grupo de quase 20 mil pessoas poderá ser decisivo na eleição de Joinville: essa é uma estimativa do contingente de indecisos. A pesquisa Ibope divulgada nesta sexta confirmou o clima de photo finish do segundo turno entre Udo Döhler (PMDB) e Darci de Matos (PSD) e apontou 5% do eleitorado ainda sem candidato, uma fatia equivalente a 18,6 mil pessoas – claro que mesmo entre quem declarou candidato, há chance de mudança de escolha.

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Em votos válidos, sem os brancos, nulos e indecisos, Udo aparece com 51% e Darci com 49%, em situação de empate técnico porque a margem de erro é de quatro pontos percentuais. Na pesquisa anterior, divulgada no dia 10, Udo aparecia com 54% e Darci com 46%.

Neste segundo turno, as campanhas trataram de reforçar as estratégias já aplicadas no primeiro turno, sem desvio de rota. Até pela oferta de tempo, Udo enumerou as ações de seu governo com mais insistência e subiu degraus nas críticas ao governo Colombo, um viés de duplo retorno: além de passar a conta da ponte do Adhemar Garcia e de parte do desabastecimento de remédios para o Centro Administrativo, fora a segurança, ainda foi possível fustigar o adversário, o “candidato do governador”.

Na reta final, com pesquisas mostrando disputa renhida, o tom mais distante em relação a Darci no horário eleitoral foi abandonado e foi vez da crítica, desde à usina de asfalto até a citação dos gastos com diárias. Darci dedicou boa parte do generoso tempo de rádio e TV para os candidatos no segundo turno a minar a Joinville descrita na propaganda do concorrente, apontada como fantasiosa.

E tome “fala povo” com queixas em relação aos serviços prestados pelo governo Udo. Ao pacote do 2º turno, foram adicionados mais depoimentos de Colombo, a lembrança do caso do Hospital Dona Helena e a palavra mudança. Ao final da tarde deste domingo, se saberá quem foi mais eficiente na conquista do voto.

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Desde o primeiro turno

O Ibope mostra a redução da distância entre os dois candidatos desde o primeiro turno. Naquela disputa, Udo fez 45% dos válidos, com Darci chegando a 27,5% e agora há situação de empate técnico na pesquisa. Os eliminados na votação de 2 de outubro tinham perfil de oposição ao governo Udo, mas nenhum deles anunciou apoio a Darci – ou mesmo ao candidato do PMDB. A maioria dos partidos preferiu liberar os filiados. Pelas redes sociais, Carlito e Tebaldi criticaram abordagens da propaganda de Udo por ações de seus governos não terem sido “reconhecidas”.

As despedidas

Além da esperada carga de emoção, afinal, se tratava de despedida, os candidatos não chegaram a cometer nenhuma ousadia. Udo encerrou sua participação no horário eleitoral exatamente como começou, com reprodução de depoimentos de Luiz Henrique de 2012. A campanha foi dedicada ao ex-governador. Darci aproveitou os últimos momentos para rebater críticas à usina do asfalto, abordar a questão das diárias e reforçar, mais uma vez, o preparo e a disposição de ser prefeito de Joinville.

O que é esperado

Os investimentos em navegação aérea, como o ILS e o recente novo procedimento para uso das duas cabeceiras da pista, ajudaram a reduzir os cancelamentos de pousos no Aeroporto de Joinville. Deveriam ajudar também a reduzir o preço das passagens, uma cobrança de mais de dois anos de entidades empresariais.

Mais rápido

Se não surgir nenhum imprevisto, a apuração em Joinville será ainda mais rápida e não é só porque agora não tem a eleição para vereador: pela primeira vez, a Justiça Eleitoral descentralizou o registro dos resultados. Postos instalados no Vila Nova, Parque Guarani, Itaum, Pirabeiraba e Aventureiro também vão receber informações.

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Apuração

No primeiro turno, os pen drives com os boletins de urnas eram levados para os cartórios da rua Jaguaruna. Agora, 36% dos boletins vão ficar nos postos dos bairros e de lá as informações serão transmitidas para o sistema de apuração. Os dados das demais urnas continuam indo para os cartórios.

Se Luiz Henrique…

O “se” Luiz Henrique ainda estivesse presente sempre dará margem para uma série de especulações, mas duas são praticamente certas: com LHS em ação, de olho em 2018, Colombo e Merisio não dariam corda para Darci e o PSD viria com Kennedy novamente, com o deputado na cara e na coragem mais uma vez. Ou, como chegou a ser aventado, o PSD daria o vice a Udo. E justamente por estar de olho em 2018 Luiz Henrique se empenharia mais ainda pela vitória do PMDB em Joinville.

Cautela no debate final

Com estratégias provavelmente montadas com a previsão de que uma boa fatia da audiência ainda não estivesse plenamente familiarizada com a eleição, Darci e Udo preferiram usar o debate da RBS TV nesta sexta à noite para reforçar propostas e críticas já abordadas durante o segundo turno. Mais uma vez, Darci lamentou a baixa cobertura do Saúde da Família, o descumprimento da promessa dos 300 km de asfalto, o atraso na licitação do ônibus etc. “Um governo de desculpas”, alegou Darci. Udo foi pelo mesmo caminho e voltou a se queixar da atuação do governo do Estado e da situação herdada do governo anterior, além da crise, e apontou a usina de asfalta prometida por Darci como “eleitoreira”. Ou seja, cautelosos, os dois candidatos preferiram abordar temas que até mais ou menos já tinham noção como o adversário responderia.

Flashback

Em 2012, no dia seguinte à vitória no segundo turno, Udo viajou com LHS para Florianópolis, onde foi recebido pelo governador Colombo para audiência com grupo de empresários. Depois, teve encontro reservado com Colombo. À imprensa, disseram ter tratado do Hospital São José e de obras viárias.

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Sem oposição

Nesse mesmo dia, em sua primeira declaração sobre o resultado do 2º turno de 2012, Darci disse que não queria o PSD na oposição a Udo. O deputado lembrou ter sido derrotado por Carlito em 2008 e mesmo assim continuou ajudando a cidade. Não se sabe o que Darci e Udo pretendem fazer nesta segunda-feira.

Relação com Estado

Está longe de ser o único fator a decidir a eleição, mas dependendo do resultado de domingo, se saberá se foi mais eficiente se mostrar próximo do governo do Estado, como fez Darci; ou mais distante, como Udo passou a ser, de forma contundente. O governo estadual foi mais criticado no horário eleitoral do peemedebista que o adversário direto na eleição.

Justiça Eleitoral

No debate da RBS TV, ao responder às críticas de Udo à atuação do governo do Estado, citou que o PMDB comanda a ADR em Joinville, um órgão estadual, e fez críticas à atuação de Simone Schramm.

Todos nas ruas

Mobilização de massa nas ruas, com uma certa maior presença na zona Sul de Joinville, é o esforço final dos candidatos neste último sábado do segundo turno em Joinville.

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Agressividade

Deverá ser um final de semana movimentado em Joinville nas redes sociais.

Os sem-candidato

Ainda está dentro da margem de erro, mas entre a pesquisa do Ibope contratada pela RBS divulgada no dia 10 e o levantamento desta na sexta, o índice de quem pretende anular ou votar em branco ou ainda não sabe em quem votar passou de 12% para 14%.

Com resposta

Na noite de sexta, a aliança de Udo conseguiu direito de resposta contra inserções da aliança de Darci sobre o Hospital Dona Helena. A peça exibiu trecho de reportagem com inclusão de outra narração, o que poderia induzir o eleitor, segundo a campanha de Udo, a acreditar de que o candidato do PMDB estaria envolvido em ilegalidade, sendo que não é réu na ação. A decisão foi do Tribunal Regional Eleitoral e as 37 inserções, divididas entre três emissoras, serão exibidas neste sábado.

Sem destaque

Não que o tema tenha sumido, mas a segurança pública teve menos espaço no segundo turno de Joinville em relação ao primeiro turno.