Com agenda mais modesta, uma imposição da crise e da experiência, Udo Döhler (PMDB) toma posse neste domingo para um governo de continuidade, sem ruptura com o primeiro mandato. A manutenção da atual equipe, com apenas dois novos secretários, já adiantou o propósito de não promover grandes mudanças na atuação administrativa – a extinção das fundações é apenas a conclusão de uma reforma iniciada em 2013. Nem há, diferentemente de 2009 e 2013, expectativa da população com as grandes transformações instantâneas oferecidas nas campanhas eleitorais.

Continua depois da publicidade

Sem o peso de buscar a reeleição e mais íntimo da máquina, depois de um início tateando no escuro, o novo governo Udo não se comprometeu com grandiosidades (300 km de asfalto, elevados, comando único de hospitais etc. sumiram do novo plano de governo, sobraram a ponte do Adhemar Garcia e as duplicações “em parceria com o Estado”). O que tem de maior porte, como o eixo Norte-Sul e os investimentos em água e esgoto, já está em andamento ou iniciando.

Não faltarão cobranças, mas Udo inicia o segundo mandato com a pauta da crise, manter os salários em dia e as escolas e postos de saúde de pé. O enfrentamento dos “desvios de conduta” também continua em pauta. O que foi feito até agora pelo governo Udo foi suficiente para garantir a eleição. Mas para garantir um legado, há mais quatro anos para tentar.

Distância de Colombo

A relação da Prefeitura de Joinville com o governo do Estado é uma diferença nessa passagem de mandatos. O primeiro compromisso de Udo após a vitória em 2013 foi viajar para Florianópolis para encontro com o governador Colombo. Houve rompimento na campanha e até agora prefeito e governador parecem ceder aos respectivos aliados que não vêem vantagem na relação.

Continua depois da publicidade

A lição de 2015

Nas convenções, Udo até queria uma aliança maior, uma forma de garantir mais tempo de TV. Não conseguiu. Mas como se reelegeu assim mesmo, agora tem o bônus de não ter de atender (cargos) tantos aliados. A relação com a Câmara não deixará de ganhar atenção: a possibilidade de abertura da comissão processante em 2015 por causa das liminares da saúde não foi esquecido.

Maioria

A ampla base de Udo na Câmara tem boas chances de se manter até o início de 2018, quando vão se encaminhar as definições para a eleição estadual e o prefeito terá de fazer escolhas. É possível até que antes disso ocorram rompimentos, mas a maioria está garantida por um bom tempo.

Será diferente

A eleição de Fernando Krelling dá a Udo Döhler uma vantagem que o prefeito não teve com João Carlos Gonçalves e Rodrigo Fachini: a influência direta. João Carlos e Fachini sempre ajudaram o governo, nunca criaram grandes problemas, mas não tinham o prefeito como principal conselheiro.

Conselheiros

João Carlos ouvia outras lideranças do PMDB e Fachini é ligado a Mauro Mariani. É diferente com Krelling, um candidato apoiado por vários secretários municipais e desde o início do governo apontado pelo prefeito como uma das apostas para o futuro. Inclusive para a sucessão, em 2020.

Continua depois da publicidade

Odir ainda crê em surpresa

Odir Nunes, aparentemente o único vereador de oposição na próxima legislatura em Joinville, diz que ainda acredita em surpresas na eleição da mesa diretora da Câmara, sem adiantar em quem pretende votar. O vereador do PSDB diz que manterá o perfil oposicionista. “Ao meu reeleger, a população apontou esse caminho”.

Acerto

Marco Tebaldi considera “acertada” a relação do governo Temer com o Congresso Nacional. O elogio oé motivado pela liberação de recursos previstos em emendas apresentadas pelos deputados e senadores, inclusive com quitação de repasses de 2007. Para emendas de Tebaldi, foram liberados R$ 16 milhões.

Recorde de homicídios

Com as mortes desta semana, Joinville chegou a 127 assassinatos no ano, batendo o recorde registrado no ano passado, de 126 casos. O levantamento é do jornal “A Notícia”. No início do ano, foi instalada a Delegacia de Homicídios, especializadas na investigação das mortes.

Em 2006, 62 mortes

A unidade, conforme a Polícia Civil, ajudou a ampliar o índice de esclarecimento (descoberta das autorias) de 25% para perto de 60%. Ainda que não tenha sido atingida a meta de redução dos homicídios, a Delegacia Regional alega que foi interrompida a escalada de aumento de mortes. Há dez anos, Joinville somou 62 homicídios.

Continua depois da publicidade

Carlito

O ex-prefeito de Joinville Carlito Merss foi nomeado para o gabinete do deputado federal Décio Lima (PT). Carlito, deputado entre 1999 e 2012, será secretário parlamentar. A portaria de nomeação não aponta se Carlito será lotado em Brasília ou terá atuação em Santa Catarina.

Mil vagas

Desde o final de 2004, a construção civil cortou mil vagas em Joinville, uma tesourada de 11% no contingente de trabalhadores do setor na cidade. Hoje, o segmento emprega 7,7 mil pessoas na cidade.

Retrospecto

Não fosse o acordo que permitiu Hercílio Rohrbacher (então no PFL) na presidência em 1999, o PMDB teria comandado a Câmara durante todo o tempo da úlitma passagem de Luiz Henrique pela Prefeitura de Joinville, entre 1997 e 2002. João Pessoa Machado, Arinor Vogelsanger e João Luiz Sdrigotti também foram presidentes.

Inédito

A eleição de Fernando Krelling neste domingo como novo presidente da Câmara de Joinville dará ao PMDB a inédita condição de comandar a Câmara durante seis anos consecutivos desde a volta do pluripartidarismo, no início dos anos 80. Nem outro partido conseguiu tanto tempo nesse intervalo.

Continua depois da publicidade