Centenas de russos se reuniram no centro de Moscou para recordar as vítimas das atrocidades do período de terror de Joseph Stálin, apesar das tentativas recentes do governo de dar uma imagem mais positiva ao ditador soviético.
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Os participantes do ato de homenagem às vítimas, criado há mais de uma década, fizeram uma fila para ler os nomes daqueles que foram mortos durante o período de repressão política iniciado na década de 1930.
Outros colocaram flores e velas junto a um memorial – uma rocha trazida do campo de trabalhos forçados de Solovki, no extremo norte – situado fora dos escritórios da polícia secreta FBS, a antiga KGB.
“Eu venho todos os anos porque sinto que é meu dever prestar homenagem às vítimas. Hoje, a Rússia está tentando esquecer esse período”, declarou Sergei Mitrojin, de 55 anos.
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Nos últimos anos, a Rússia tem presenciado uma tendência oficial de apresentar o governo de Stálin de maneira mais positiva, minimizando a violenta repressão e a coletivização forçada que matou milhões de pessoas.
A ONG Memorial, que organiza a cerimônia, afirmou que as autoridades haviam rejeitado que o ato fosse realizado em seu local habitual, mas dias depois deram a sua autorização.
“Não podemos encontrar nada (desse período) na mídia oficial, tudo depende do trabalho de pessoas como as da Memorial, que organizam essa cerimônia”, declarou Anastasia, uma estudante de 26 anos que se identificou apenas pelo primeiro nome.
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“O que o Estado faz para recordar as vítimas é totalmente insuficiente”, afirmou Maria Sakharova, de 80 anos, visivelmente emocionada depois de ler os nomes de várias pessoas mortas no período.
Quase metade dos russos com idades entre 18 e 24 anos disseram nunca ter ouvido falar do período de repressão de Stálin, segundo uma pesquisa publicada este mês pela empresa VTsIOM.
* AFP