Os corpos dos três jornalistas russos assassinados na segunda-feira na República Centro-Africana quando investigavam as atividades do grupo paramilitar russo Wagner foram repatriados neste domingo a Moscou.
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Os corpos de Kiril Rádchenko, Alexandr Rastorgúev e Orján Dzhemal passarão por exames, para “determinar as causas das mortes dos três”, informou em um comunicado a Procuradoria da Rússia.
“O trabalho continua para esclarecer as circunstâncias do crime. Atualmente estamos ouvindo as pessoas que poderiam ter informações a respeito da investigação”, completou o Ministério Público.
De acordo com a agência russa de notícias Interfax, os três corpos chegaram ao aeroporto de Moscou neste domingo em um voo da Air France.
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A justiça centro-africana, as autoridades federais russas e a missão da ONU na República Centro-Africana iniciaram uma investigação sobre as circunstâncias das mortes do correspondente de guerra Orján Dzhemal, do documentarista Alexandr Rastorgúev e do cinegrafista Kiril Rádchenko.
Um deles teria falecido no ato e os outros dois não resistiram aos ferimentos, segundo o porta-voz do governo centro-africano, Ange Maxime Kazagui.
O porta-voz declarou à AFP que um dos jornalistas se opôs com violência aos homens armados que queriam roubar o equipamento do grupo.
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Os detalhes foram revelados pelo motorista do veículo, que ficou ferido, também de acordo com o porta-voz.
Os três jornalistas eram colaboradores do Centro de Gestão de Investigações, um projeto criado pelo magnata e opositor russo no exílio Mikhail Khodorkovski.
Os três repórteres “voaram no dia 27 de julho à República Centro-Africana para filmar imagens das atividades da empresa militar privada Wagner no país”, explicou o projeto no Facebook.
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O grupo Wagner foi criado por um ex-oficial do GRU (serviço de inteligência militar russo), Dmitri Utkin.
As empresas militares privadas são proibidas na Rússia. O grupo Wagner está envolvido desde junho de 2014 nos combates do leste da Ucrânia com os separatistas pró-Moscou, de acordo com a imprensa e o serviço de inteligência ucraniano.
* AFP