Um dia depois que a União Europeia, reunida em Bruxelas, decidiu suspender o embargo de armas para as forças de oposição ao regime de Bashar al-Assad, a Rússia anunciou que vai enviar mísseis antiaéreos S-300 para a Síria em uma tentativa de dissuadir a intervenção estrangeira.

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Ao comentar a decisão da UE, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse que o bloco europeu joga lenha na fogueira e prejudica a conferência de paz organizada por Rússia e Estados Unidos – que se encontraram em Paris para tratar do assunto.

Ryabkov, ao mesmo tempo em que criticava os europeus, explicou a venda dos mísseis, com a alegação de que o objetivo é de defesa, e não de ataque. Mordaz, fez uma alusão às “cabeças quentes” que poderiam internacionalizar o conflito – referência a França e Grã-Bretanha.

– Esse fornecimento é um fator estabilizador e pode evitar que algumas cabeças quentes explorem cenários que poderiam dar ao conflito um caráter internacional – justificou Ryabkov, que, além de criticar os europeus, insistiu em que o Irã, cujo governo é visto com desconfiança pelo Ocidente, participe das reuniões.

O chanceler britânico, William Hague, sustentou, porém, a validade da medida de pôr fim ao embargo.

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– É uma boa decisão e envia uma mensagem muito forte da Europa ao regime de Al-Assad – disse.

Rebeldes temem que ajuda chegue tarde

Hague destacou que a Grã-Bretanha não prevê “de imediato” fornecer armas à oposição síria, mesmo que tenha havido a decisão europeia.

– Apesar de não termos um plano imediato para enviar armas à Síria, (a suspensão do embargo) nos proporciona a flexibilidade para fazê-lo no futuro diante de um agravamento da situação – completou Hague.

As principais organizações rebeldes da Síria elogiaram o fim do embargo europeu e pediram que o armamento seja entregue o mais rápido possível. No entanto, consideraram que a medida chegou tarde.

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O porta-voz da Coalizão Nacional da Oposição Síria, Louay Safi, disse temer que a medida seja insuficiente para enfrentar as tropas de Al-Assad.

– Trata-se de um passo positivo, mas temos medo de que seja insuficiente e tenha chegado muito tarde – afirmou o rebelde.