A Rússia convocou nesta sexta-feira as potências mundiais a concentrar esforços para ajudar na recuperação econômica da Síria e no regresso dos refugiados, enquanto Damasco avança na retomada do seu território após sete anos de guerra.
Continua depois da publicidade
O diplomata russo na ONU Dimitri Polyanski defendeu o fim das sanções unilaterais contra Damasco e disse que os países não devem condicionar a ajuda às exigências de mudança do regime ou à saída do presidente Bashar al Assad.
A intervenção militar russa em 2015 para apoiar Assad foi um divisor de águas na guerra, que matou mais de 350 mil pessoas e deixou milhões de deslocados.
Diante do Conselho de Segurança, Polyanski declarou que o “reerguimento da economia síria” é um “desafio crítico”, já que o país enfrenta uma aguda escassez de materiais de construção, equipamentos pesados e combustível para reconstruir as áreas destruídas pela guerra.
Continua depois da publicidade
“Seria prudente que todos os sócios internacionais se unissem para contribuir nos esforços de recuperação da Síria, para evitar conexões artificiais e impulsos políticos”, declarou Polyansky.
Mas a França advertiu que não haverá ajuda para a reconstrução até que Assad se comprometa com uma transição política que inclua uma nova Constituição e eleições.
Oito rodadas de negociações apoiadas pela ONU fracassaram em obter um acordo para a Síria, enquanto uma comissão apoiada por Moscou para reescrever a Constituição ainda não iniciou seu trabalho.
Continua depois da publicidade
Após o fracasso da última rodada de negociações, em dezembro, as forças de Assad retomaram Guta Oriental, na região de Damasco, e assumiram o controle da maior parte da província de Daraa, no sul.
O embaixador francês, François Delattre, declarou ao Conselho que Assad está obtendo “vitórias sem paz” e que é preciso retomar as negociações para se obter um acordo final.
“Não participaremos da reconstrução da Síria até que, efetivamente, ocorra uma transição política com processos constitucionais e eleitorais” conduzidos “de maneira sincera e significativa”.
Continua depois da publicidade
Delattre esclareceu que sem estabilidade “não há razão que justifique o financiamento da França ou da União Europeia nos esforços de reconstrução”.
A Rússia apresentou este mês aos Estados Unidos propostas para a volta dos refugiados sírios na Jordânia, Turquia, Líbano e Egito com o apoio financeiro internacional.
* AFP