A Rússia anunciou nesta terça-feira (15) que algumas unidades militares posicionadas na fronteira com a Ucrânia, cuja presença provocava o temor de uma operação militar iminente no país vizinho, começaram a retornar aos quartéis. Em resposta, o presidente americano, Joe Biden afirmou que um ataque russo à Ucrânia continua sendo “uma grande possibilidade”, mas que “é preciso dar todas as oportunidades à diplomacia”.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

— As unidades dos distritos militares Sul e Oeste, que já concluíram suas tarefas, começaram a carregar equipamentos para o transporte ferroviário e rodoviário e começarão hoje o retorno para seus quartéis — disse o porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado por agências de notícias russas.

O Kremlin confirmou o início da retirada das tropas estacionadas na fronteira com a Ucrânia, ressaltando que é algo normal. Além disso, os russos afirmam que o movimento denuncia, mais uma vez, a “histeria” ocidental diante de uma suposta invasão do país vizinho.

O presidente russo confirmou a “retirada parcial”, mas nem o Kremlin nem o exército detalharam a magnitude da retirada. Paralelamente, a Rússia segue realizando manobras militares em Belarus, vizinha da Ucrânia, que serão concluídas em 20 de fevereiro.

Continua depois da publicidade

Já os Estados Unidos ainda não verificaram nenhuma retirada de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e “os analistas indicam que permanecem em uma posição muito ameaçadora”, afirmou Biden em um discurso na Casa Branca, destacando que as tropas russas são estimadas agora em mais de 150.000. Se a Rússia atacar a Ucrânia, as sanções “estão prontas”, advertiu Biden.

Retirada de tropas é recebida com entusiasmo

A retirada de algumas tropas foi recebida com entusiasmo na Ucrânia, onde o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que seu país, ao lado dos aliados ocidentais, “conseguiu impedir uma nova escalada russa”.

— Já estamos em meados de fevereiro e vemos que a diplomacia continua funcionando — disse Kuleba. Mas o ministro destacou que a tensão permanece ao longo da fronteira e que a Rússia deve retirar as tropas restantes.

Líderes dos países ocidentais afirmaram, nesta terça-feira que viram “sinais positivos” após a retirada parcial das tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

Continua depois da publicidade

Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e dos Estados Unidos, Joe Biden, classificaram o anúncio como um “primeiro sinal promissor”, em uma conversa telefônica, mas insistiram na necessidade de “verificar” o início da retirada.

Reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o chanceler alemão Olaf Scholz em famosa mesa gigante, onde ambos ficam sentados a uma grande distância um do outro
Reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o chanceler alemão Olaf Scholz (Foto: Mikhail Klimentyev, Sputnik, AFP)

— O fato de sabermos agora que algumas tropas estão sendo retiradas é um bom sinal. Esperamos que outras sigam [o exemplo] — declarou o chanceler alemão Olaf Scholz em entrevista coletiva junto a Putin. Scholz tinha encontra marcado com o presidente russo nesta terça-feira, para discutir a situação na região.

Pouco antes, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, manifestou seu “otimismo prudente”, mas disse que esperava um “sinal de desescalada”. E o chefe da diplomacia russa Serguéi Lavrov pediu ao seu homólogo americano Antony Blinken um “diálogo pragmático”, em uma conversa por telefone nesta terça-feira.

Leia também

Florianópolis tem “montanhas” de lixo no 6º dia de greve da Comcap; veja fotos

Continua depois da publicidade

Greve em Florianópolis terá tentativa de conciliação na Justiça

Ciclista usa rede social para denunciar suposto ladrão em Blumenau e ele mesmo acaba condenado