Ruralistas estão sendo convocados pelas associações para protestar em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na próxima quarta-feira (4). A data coincide com o julgamento do habeas corpus que pode evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio ao clima de tensão, a situação preocupa setores da segurança. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo da Folha de S.Paulo.

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Os produtores rurais já tinham agendado esta data para a manifestação antes de saberem que haveria coincidência com o julgamento do habeas de Lula. Eles vão protestar contra o pagamento retroativo do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).As associações que representam os produtores argumentam que o pagamento pode levar milhares de propriedades à falência. Por isso, pressionam o STF para que considere a cobrança ilegal. A expectativa de algumas associações é reunir até 10 mil produtores durante o protesto.

O clima de animosidade que acompanhou a passagem do caravana de Lula pelo sul do país causa preocupação de possa haver um novo embate entre ruralistas e militantes que defendem o ex-presidente. Em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, a comitiva foi impedida de ingressar na cidade na sexta-feira (23). Formado por ruralistas e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), o grupo bloqueou o acesso à cidade pela RS-324. A maioria carregava ovos para lançar contra os ônibus da caravana. O Batalhão de Operações Especiais (BOE) chegou a lançar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os ativistas.

Na noite de terça-feira (27), no Paraná, dois ônibus da caravana de Lula foram atingidos por pelo menos três disparos de arma de fogo. Um dos veículos era ocupado por jornalistas e outro transportava convidados da comitiva. Ninguém chegou a se ferir. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou como “inaceitável” o ataque.

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