Fazer jornalismo esportivo em Santa Catarina não é fácil – mas é muito fascinante. Com cinco clubes sempre disputando alguma coisa, a vigilância do torcedor e dos dirigentes muitas vezes se desloca dos gramados para as redações. Torcida e cartolas monitoram espaços, medem centímetros, comparam títulos, avaliam fotos, questionam enfoques e, às vezes, até se esquecem do principal, a bola rolando.

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Há um ano e meio vivendo em Santa Catarina, fico fascinado a cada noite quando vejo a profusão de televisores da Redação sintonizados no futebol, com um jornalista comemorando ou lamentando a cada minuto.

– De quem foi o gol? – grita alguém ao perceber uma algaravia.

– Da Chapecoense! Vibração geral, orgulho pela campanha do Verdão do Oeste.

– O que foi agora? – pergunta alguém, ouvindo muxoxos num lado.

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– O Criciúma cedeu o empate…

Frustração geral.

Acredito no jornalismo isento, mas não creio na existência do jornalismo imparcial. Estamos sempre torcendo por alguém – ou contra algo – e o futebol é o lugar onde a imparcialidade está mais distante. A Redação do Diário Catarinense torce fervorosamente por Criciúma, Chapecoense, Figueirense, JEC e Avaí. Os cinco clubes representam não apenas suas torcidas ou cidades mas um modo de vida. O modo de vida de Santa Catarina.

Em meio às informações e serviços prestados por um veículo de comunicação, se insere também a missão de participar da comunidade. O futebolé só uma dessas facetas comunitárias, mas há muita vida além do futebol.

No sábado passado, por exemplo, o Diário Catarinense celebrou o fato de nosso Estado assumir a liderança do ranking nacional de menor taxa de mortalidade infantil. Antes disso, já havíamos celebrado a posição catarinense, especialmente de Florianópolis, no Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM), indicador de qualidade de vida desenvolvido pela ONU.

Na edição de hoje, o leitor encontra mais um capítulo dessa defesa do local: a série de reportagens Rumos – os caminhos da economia catarinense. Publicados de hoje e pelos próximos 20 dias, todas as quartas, sextas e domingos, na versão impressa e desde a última sexta-feira no site, os suplementos foram construídos de modo a valorizar exemplos de inovação, melhores práticas de gestão e sustentabilidade das empresas que se forjam neste Estado.

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Há duas semanas, o DC já havia produzido a série denominada Viver SC, que convidou os leitores a escreverem sobre os 295 municípios catarinenses. Nós mesmos ficamos surpresos com o resultado do trabalho produzido com a ajuda de moradores de cada cidade, pois acabamos encantando moradores de todas as latitudes de um Estado muito diverso. Produtos como o Viver SC ratificam o pensamento usado para a cobertura esportiva: fazer jornalismo nas diferentes Santas Catarinas não é fácil – mas é muito fascinante