Sabor de recomeço. O Juventus Center é agora apenas uma lembrança do período na Vecchia Signora que o currículo comprova. O treino é no gramado do Beira Rio, clube amador da cidade de Águas Mornas, a 35km da capital, na pré-temporada com o oitavo time da carreira. Rubinho voltou ao Brasil e aos tempos do início da carreira. Está em casa e desafiado a buscar seu espaço, algo que perdeu pelos 12 anos no futebol italiano.
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O Avaí lembrou do goleiro na montagem do elenco para 2018. O plantel azurra conta com um jogador experiente que volta no tempo como se estivesse no Corinthians, até então único clube que defendeu no País.
Irmão caçula do ex-volante Zé Elias, hoje comentarista esportivo, Rubens Fernando Moedim foi trabalhar na Itália em 2005 e não voltou mais. Neste período, foram quatro anos na Juventus, com festa pelos quatro dos 33 títulos nacionais do maior campeão italiano. Porém, nem tudo foram scudettos (taças). Desde a temporada europeia 2011/12, teve tão poucas partidas em ação que Rubinho sequer se recorda, mesmo com a última temporada no Genoa.
– Até chegar na Juve, estava sempre jogando. Assim que cheguei falaram que eu seria fundamental no vestiário e nos treinos, para a manutenção da qualidade do elenco. Porém, era difícil não poder jogar. Treinava como se jogava, era reserva do melhor goleiro da Europa (Gianluigi Buffon). O segundo goleiro (Marco Storari) também era muito bom, era complicado pra mim. Os quatro anos foram bons, maravilhosos, pelo respeito, mas perdi a parte de jogos. Isso pra mim fez mal. Eu sabia que poderia jogar, mas estava bloqueado – disse o arqueiro que ainda esteve no Genoa e passou os seis meses anterior na Itália, sem clube.
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O convite do Avaí não poderia ter vindo em hora melhor. O Leão precisava de um goleiro para suprir a saída de Douglas. Rubinho precisava de um time com condições de retomar a forma e a carreira. O clube azurra oferece estrutura suficiente para que ele consiga voltar a jogar futebol em alto nível e até aos 40 anos, como pretende. Ainda que seja abissal o comparativo de dois anos, entre os tapetes do centro de treinamento da Juventus e a grama da equipe amadora que cede o campo à pré-temporada avaiana, o goleiro está feliz porque tem um entorno adequado.
– As pessoas acham que todos os clubes da Europa têm estrutura de grandes times e não é bem assim. Até para desmitificar, cheguei a atuar em equipes que não tinham academia própria ou em que o preparador físico também fazia a função de nutricionista. Não é tudo isso. Agora, eu volto à origem. Estou fazendo uma pré-temporada em um hotel, em que tenho toda condição para trabalhar, ralar e me sacrificar. Para mim, estes primeiros dias têm sido um prazer, porque dia após dia eu relembro o começo da minha carreira – descreve.
O tempo sem treinamento específico de goleiro ou clube obriga Rubinho a buscar a forma física, chegou acima do peso. De acordo com o goleiro, as condições de jogo estarão em dia no próximo mês, deve ficar de fora das rodadas iniciais. Até lá, desfruta da sensação de recomeço, de brigar pela posição – agora com Kozlinski – e a sonhar com a (re)estreia. Os mesmos sabores do início da carreira.
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