


Mas o autor não estará na Feira do Livro de Joinville hoje, às 19 horas, para falar apenas de novela – o que não impede alguém de lhe perguntar sobre sua nova produção, O Outro Lado do Paraíso, prevista para estrear em outubro –, mas também de sua trajetória de leitor a escritor, papel que inclui dezenas de títulos que passam longe da televisão, muitos deles dedicados ao público infantojuvenil, além de adaptações de clássicos da literatura e peças de teatro.
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Confira a programação completa da 14ª Feira do Livro, em Joinville
Por quê o brasileiro gosta tanto de novela e por que ninguém bate o Brasil no gênero?
Há respostas que eu não consigo dar, porque não sou um teórico de novelas. Sou um escritor. Trabalho com minha intuição, meus sentimentos, minha criatividade. Mas não teorizo sobre isso. Mas o mundo inteiro parece gostar de novelas. Há boas novelas turcas, colombianas… No Canadá já se faz novela, na Tailândia também.
Você consegue tecer um paralelo entre novelas dos anos 80, quando começou, e as atuais?
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Quais as preocupações temáticas daquela época e o foco das que passam na TV hoje em dia?A questão é que a novela dentro de sua estrutura dramática tradicional também absorve temas do presente. Isso faz com que elas ganhem sempre uma atualidade. Por exemplo, na novela atual das 21 horas a Gloria Perez está abordando a questão do transgênero. Isso renova o gênero, sem que estrutura dramática em si se transforme.
Você teve picos de audiência com Chocolate com Pimenta, além do sucesso de O Cravo e a Rosa, Alma Gêmea e Êta Mundo Bom!. O público gosta muito de novelas de época e você de escrevê-las, não é mesmo?
Gosto muito de novelas de época, porque são mais como fábulas em determinadas épocas, permitem explorar formas de falar diferenciadas, e até uma certa ingenuidade.
A opinião do telespectador ainda rege o destino das tramas?
Como é para você escrever nessa condição?A novela é viva. Mas a opinião do telespectador não rege exatamente o destino das tramas. Pelo contrário, até. A palavra é estimular. Cabe ao autor surpreeender o público, causar viradas.Sua próxima novela juntará dois gigantes, Lima Duarte e Fernanda Montenegro.
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Você escreve tendo determinados atores na cabeça?
Sim, depois de algum tempo e conhecendo os atores a gente escreve já pensando como eles fariam. Mas nem sempre a gente consegue o ator que deseja.
Verdades Secretas também foi muito comentada pela ousadia, pelos tabus que abordou. O horário das 23 horas serve para experimentar novas abordagens, ou fórmulas menos convencionais?
Sinceramente, essa é uma pergunta que não cabe a mim, mas à direção da emissora. Ela é que sabe qual a sua estratégia para determinado horário. Eu propus Verdades Secretas e aceitaram. Foi um sucesso. Mas a partir daí, a emissora é que toma as decisões.
Recentemente, Aguinaldo Silva disse que pretende largar as novelas para se dedicar a séries. Também pensa em focar em produções mais curtas?
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Nesse momento meu projeto é escrever O Outro Lado do Paraíso, minha próxima novela das 21 na Globo. A longo prazo, a vida me proporcionará novos desafios, e estou aberto para eles.
Você escreveu vários livros infantojuvenis. É uma forma de espantar a pressão das novelas?
Já vendi bem mais que 5 milhões de exemplares. Perdi a conta na verdade. Recentemente, foi feita uma pesquisa na internet sobre os livros prediletos pelos adolescentes, e um título meu foi o terceiro, perdendo só para dois internacionais. Eu comecei minha vida como autor escrevendo livros infantojuvenis. As novelas vieram depois. Nunca deixei de escrever, e nunca deixarei. Sinto orgulho hoje quando encontro pessoas já adultas que contam que o primeiro livro que leram na vida foi meu.
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SERVIÇO
O quê: 14ª Feira do Livro de Joinville.
Quando: de 8 a 18 de junho.
Onde: Expocentro Edmundo Doubrawa e Centreventos Cau Hansen, avenida Beira-rio, 315, América.
Quanto: entrada gratuita.