O desgosto pelo resultado do Edital Elisabete Anderle — lembrando: 60% dos recursos foram para proponentes de Florianópolis — provocou reações práticas em Joinville. O modelo de um mecenato estadual, com o qual empresas apoiariam projetos culturais por meio de isenção de ICMS, foi apresentado ao deputado estadual Darci de Matos pela Associação dos Músicos de Joinville (Amuj), com apoio do Conselho Municipal de Política Cultural. O político abraçou a ideia e levou-a a Rodolfo Pinto da Luz, presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), em reunião ocorrida no dia 22. Segundo o vice-presidente da Amuj, Anderson Dresch, presente ao encontro, o presidente da FCC foi receptivo à proposta e estudará maneiras de viabilizá-la.

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— Com o mecenato, teremos o aquecimento da economia criativa e a potencialização do turismo por meio de eventos, graças à aproximação das empresas catarinenses com a produção cultural do Estado. E com a possibilidade de apoio a projetos maiores. Claro que os pequenos também são importantes, mas faltam grandes projetos, que são os que impactam na economia dos municípios — diz ele, lembrando que o orçamento do Elisabete Anderle, destinado a projetos de todo o Estado, rivaliza com o do Simdec de Joinville.

Também presente na reunião, o fotógrafo e cineasta Alceu Bett garante que o mecenato estadual é a melhor maneira de democratizar o investimento em cultura no interior.

— Com a lei de incentivo, as empresas terão chance de investir e proporcionar um desenvolvimento cultural igualitário para suas regiões de interesse. Os produtores e empresários podem estabelecer prioridades para suas regiões, claro que sempre avalizados por uma comissão de aprovação independente, como todo mecenato.

De papo com quem faz

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Chega a quinta-feira e com ela mais um duelo no Shortcutz Santa Catarina, integrante da plataforma mundial de divulgação de curtas-metragens. O ringue é, como sempre, a Galeria 33, em Joinville, mas, além da exibição dos competidores, a noite servirá para trocar ideias com seus realizadores. Estarão presentes a paulista Barbara Sturm, diretora de “Sugira uma Alternativa Razoável”, e o catarinense André Gevaerd, coprodutor de “Opala Azul Negrão” (foto). Já o curta convidado é “O Menino e o Mar”, mais recente trabalho do cineasta alemão Vasily Chuprina. A sessão começa às 20 horas e é gratuita.

Sem segurança

Nem só de agentes federais, investigadores, juízes e políticos corruptos vivem as estreias cinematográficas desta quinta-feira. Tem, por exemplo, “Dupla Explosiva” (foto), uma comédia de ação policial que fez sucesso nos EUA. Na trama, Ryan Reynolds é um segurança de prestígio que precisa escoltar o matador de aluguel vivido por Samuel L. Jackson ao Tribunal de Haia, onde ele testemunhará contra um ditador do Leste Europeu. Outra novidade é a animação “Emoji — o Filme”, no qual um desses emoticons, Gene, empreende uma jornada em aplicativos de celular para se livrar de um bug que o permite trocar de rosto.

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De perto

Sueli Brandão, presidente do Instituto da Cultura e Educação, e Fernanda Brandão Argenti, da área de gestão e projetos da entidade, embarcaram ontem para visitar a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, maior evento literário do País, que começa hoje e vai até 10 de setembro. O plano é conhecer novas editoras, conversar com escritores e tirar inspiração para a Feira do Livro de Joinville, que vai para a sua 15ª edição.

Atendimento

A Galeria de Arte Victor Kursancew, na Casa da Cultura, ampliou o horário de funcionamento. Desde terça-feira, ela abre ao público das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira — antes, era das 10h às 16h. Aliás, hoje é o derradeiro dia para visitar a mostra “Entre e Fique à Vontade”, na qual Heloísa Stefen, Gleici Kannenberg e Juliana Rossi reproduzem cômodos de uma casa utilizando desenho e cerâmica.

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Festa

Uma curiosidade: a clássica banda Patrulha do Espaço irá comemorar os 40 anos de seu primeiro show em Joinville, no dia 17 de setembro, data exata do aniversário. Só que o bolo será compartilhado por um grupo seleto de fãs, já que o evento, em uma recreativa na zona Norte, é fechado. A Patrulha foi criada em 1977 pelo ex-Mutantes Arnaldo Baptista e o baterista Rolando Castello Júnior, que lidera a banda até hoje.

Frase

“No filme, contamos a operação pelo ponto de vista dos investigadores. Eles são os protagonistas, mas não heróis. Como na vida real, nunca foram tão longe em nenhuma investigação passada e, portanto, vivem com um sentimento de precaução, de incredulidade. (…) Quando percebem que nunca foram tão longe, se indagam se estão fazendo a coisa certa, se estão sendo usados.”

Marcelo Antunez, diretor do filme “Polícia Federal — a Lei é para Todos”, em entrevista ao site Omelete. O longa, que estreia hoje nos cinemas, é um thriller que desvenda os esquemas de corrupção que levaram à Operação Lava-jato. Marcelo Serrado (foto) interpreta o juiz Sergio Moro e Ary Fontoura, o ex-presidente Lula. O apelo do tema e os R$ 15 milhões investidos na produção devem torná-lo um campeão nacional de bilheteria no ano.