O que começou como a grande “âncora” da Cidadela Cultural Antarctica terminou com um memorando enviado em fevereiro à Prefeitura, sem discussões ou repercussão. De forma um tanto deprimente, o Instituto Schwanke devolveu ao poder público o espaço que ganhou há dez anos, desistindo de vez de instalar ali o Museu de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke. Foi justamente a cessão do prédio da antiga cervejaria, em 2006, que o projeto – assinado pelo arquiteto jaraguaense Reinhard Conrad – começou a se desenvolver. A construção seria reformada e ganharia um prédio anexo, mas manteria elementos originais. Dentro, os três andares acomodariam auditório, biblioteca, salas para residência artística, bistrô, acervo para as obras de Schwanke e, claro, um grande espaço para exposições nacionais e internacionais. Uma maquete e uma animação em 3D (imagem acima) foram divulgadas. Os R$ 30 milhões para a obra viriam principalmente da Lei Rouanet.

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Porém, tudo começou literalmente a desabar quando, no final de 2008, parte do morro na parte de trás da fábrica veio abaixo, interditando indefinidamente a área. A deterioração do prédio, a crise econômica e outros fatores fizeram o Instituto Schwanke jogar a toalha no começo deste ano.

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Se dizendo decepcionada e triste, a presidente da entidade e irmã de Luiz Henrique, Maria Regina Schwanke Schroeder, diz que as atividades do instituto continuarão acontecendo em espaços alternativos, mas que não desistiu de criar um museu para abrigar a obra do irmão, maior nome das artes contemporâneas do Estado.

– A vontade existe, mas considerando a situação atual, como buscar recursos? Tudo terá que ser estudado para iniciar uma nova trajetória – pondera.

– A gente acredita no museu e a fundação será parceira – garante Guilherme Gassenferth, presidente da Fundação Cultural de Joinville. – Quanto a Cidadela, é uma responsabilidade que aumenta. O prédio mais problemático volta a ser de nossa responsabilidade e vamos ter que encontrar uma solução para ele.