Na mitologia grega, Hércules precisou realizar 12 tarefas tidas como impossíveis a mando de seu senhor, Euristeus. Enfrentou leões, serpentes e dragões, mas não precisou encarar o preconceito, desafio diário da maioria dos portadores de deficiências. Foi inspirado nesse e em outros obstáculos que o Grupo de Teatro Arte para Todos montou o espetáculo 12 Trabalhos, que estreia hoje (20 horas) e amanhã (9 horas e 15 horas) no Teatro Juarez Machado.

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Dirigido por Robson Benta, ele vem sendo gestado há dois anos, já que foi um processo coletivo que envolveu também os seis atores com deficiência intelectual e suas famílias, que contribuíram com suas experiências para a construção do texto. Nele, o universo das dificuldades, da inclusão social e da aceitação das diferenças são abordados com certa leveza, pois houve a preocupação de não tornar a peça excessivamente dramática ou pessoal. Ainda assim, a longa preparação acabou tornando-se uma espécie de terapia.

– O bacana é que os atores tiveram a noção do quanto eles estavam fora da sociedade, mas também de que eles não precisam ficar escondidos, à margem. Esse é o grande ganho do espetáculo – analisa Benta.

A atriz Julia Prim, de 25 anos, certamente não se esconde. Há cinco anos no grupo, ela sente de perto o preconceito, especialmente quando colegas de trabalho a evitam. Por sorte, Julia tem o apoio familiar, inclusive no que diz respeito à atividade artística.

– Às vezes, até penso em continuar (a fazer teatro), mas o trabalho pode atrapalhar – diz ela.

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Para o diretor, os atores que frequentam o Programa de Formação Cultural Arte para Todos têm condições de fazer teatro como qualquer outra pessoa, e só não o fizeram porque não tiveram oportunidade. Em prol da igualdade, Benta diz que o grupo de teatro vem disputando editais sem se incluir na categoria de política afirmativa em cultura.

Os ingressos para conferir 12 Trabalhos são gratuitos e devem ser retirados no próprio Juarez Machado hoje, a partir das 19 horas, e amanhã, a partir das 14h30. A sessão das 9 horas já está lotada. Reservas e informações pelo e-mail iraciseefeldt@impar.art.br ou pelo whatsapp (47) 99119-2442.

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Criatividade no mapa

Mais um artista joinvilense desembarca na galeria da Associação Jaraguaense de Artistas Plásticos (Ajap). É Adriano Horn, que inaugura hoje a exposição Paisagens Possíveis. São 12 pinturas, divididas em três séries, nas quais ele explora os limites da paisagem, como ¿aéreas¿ da malha urbana, registros afetivos de deslocamento, imersões em formas orgânicas, reais ou não, de labirintos de gente, concreto e metal que formam as cidades. A exposição permanece no espaço até 12 de julho.

Máquinas reativadas

Os que viram a série de colagens Máquinas do Abismo em 2016 devem aparecer no anexo 1 do Museu de Arte de Joinville (MAJ) a partir de hoje para conhecer o desdobramento do trabalho. Na nova exposição (homônima), Rogério Negrão volta a refletir sobre o significado dos objetos por meio de novas colagens, digitais impressas, videoarte e instalações que representam equipamentos sensoriais imaginários e inacabados (foto). Outra mostra que abre no espaço, às 19h30 – em noite que ainda terá a apresentação do grupo Dubadulaque –, é Jogo do Mico, na qual Cynthia Werner oferece 32 montagens feitas a partir de aquarelas com imagens de animais. Tanto quanto resgatar a popular brincadeira de cartas, a intenção da artista visual é incentivar a interatividade.

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Palco

Dezoito bandas compostas de alunos movimentam o 4º Let¿s Rock Together, promovido pela Escola de Música Arte Maior a partir das 19h30 desta quinta-feira, no Porão da Liga. Mais do que exibir o talento dos aprendizes, o evento propõe a interação deles com o público, por isso, o palco é aberto à participação de todos. Os ingressos custam R$ 10.

Sessão

O Projeto Salve o Cinema exibe hoje o filme Carol (2016), às 19 horas, na biblioteca da Univille. Abordando o homossexualismo e o conservadorismo americano nos anos 1950, o drama rendeu uma indicação ao Oscar a Cate Blanchett, que vive uma mulher da alta sociedade que se envolve com a balconista interpretada por Rooney Mara. A entrada é gratuita.

Em cartaz

Falando em cinema, duas estreias nas salas joinvilenses nesta quinta-feira. O Círculo traz Emma Watson como a nova funcionária de uma poderosíssima empresa de internet que desconfia dos reais interesses de seu patrão, Tom Hanks. Já no terror Ao Cair da Noite, uma família abriga outra em sua casa isolada na floresta. É quando sangue e medo começam a jorrar.