As fortes chuvas que caem em Florianópolis desde a semana passada seguem causando estragos em diversos bairros. Nesta quarta-feira, 17, a Rua Jardim dos Eucaliptos, no Campeche, voltou a ficar embaixo d’água, para desespero dos moradores da região. Novamente as casas ficaram alagadas e os móveis e eletrodomésticos destruídos.

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Era quase meio-dia quando o funcionário público Jurani Miranda, de 54 anos, estava parado em frente à sua casa, com o olhar catatônico. Descrente no que via, Jurani lamentou perder o pouco que havia sobrado depois das chuvas da semana passada.

— O solo está muito encharcado, então qualquer pingo d’água que cai já alaga. Não dormi a noite inteira, fiquei muito preocupado e levantei os móveis pra tentar salvar alguma coisa. Não adiantou, perdi tudo o que não tinha perdido semana passada.

O superintendente de Habitação e Saneamento de Florianópolis, Lucas Arruda, explica que na região há um afloramento natural do aquífero do Campeche, tanto que antigamente o local era conhecido como Lagoa Seca, porque hora estava cheia, hora vazia.

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— Ali há um acúmulo de água, o aquífero está tão cheio que acaba aflorando. Como tem um cinturão de dunas ali, a água não encontra o mar e dificulta ainda mais que o nível abaixe — comenta Arruda.

De acordo com o morador do Campeche Jurani Miranda, o alagamento na Rua Jardim dos Eucaliptos – e nas servidões adjacentes – é frequente: sempre que há chuva forte a cena se repete.

— É um problema recorrente, acontece todo verão. É preciso uma drenagem que leve essa água para a praia. A tubulação não dá conta, além de parecer estar entupida. A previsão é de mais chuva hoje, então a prefeitura tem que trabalhar rápido nesta tarde para aliviar um pouco.

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Por ser uma região de aquífero, onde precisa ocorrer a absorção natural da água, não é possível fazer um grande sistema de drenagem para jogar a água no mar. Segundo o superintendente de Habitação e Saneamento, a prefeitura trabalha no projeto de um “sangradouro”, que seria uma tubulação que drenaria apenas o excedente da água e lançaria no mar, que fica a 200 metros de distância.

— Estamos conversando com a comunidade para fazer um redimensionamento da drenagem com um sangradouro, mas sem perder o potencial de absorção daquele aquífero. No momento, estamos focados na ação emergencial, passamos hidrojato na tubulação para evitar entupimentos e estamos fazendo uma vala ao lado da rua para desviar a água para um terreno baldio. A previsão é de mais chuva, então estamos nos desdobrando para atender a população ao menos de maneira emergencial — finalizou Arruda.

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