Aos apreciadores de festas e decorações de final de ano, uma boa notícia: a Rua do Papai Noel voltará a ser atração na cidade, após cinco anos sem edição. O retorno está previsto para 26 de novembro e os moradores da rua Braço do Norte, no bairro Atiradores, já preparam seus adereços.
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Desde agosto deste ano, uma comissão de moradores se reunia com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) para discutir a possibilidade da volta da iniciativa, que ocorre em Joinville desde a década de 1990.
Ademar Manoel Eleutério faz parte da comissão dos moradores e tem sua empresa instalada na rua Braço do Norte. Ele conta que a expectativa dos moradores era grande com o retorno, já que, das 31 casas da rua (entre residências e empreendimentos), 29 aceitaram participar – apenas duas famílias não enfeitarão a casa por questões religiosas, mas não se opuseram à decisão.
– Eu abri meu estabelecimento aqui no ano passado, mas eu fui atrás dos números das edições passadas e é fantástico. No auge, teve um fluxo de mais de 200 mil pessoas passando para visitar a Rua do Papai Noel – destaca Eleutério.
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Por que parou?
Apesar de muito aclamada na cidade, a atração não acontecia desde 2016. Alguns foram os empecilhos para esta parada, desde moradores que se desfizeram de alguns enfeites até a alta no valor dos produtos.
Eleutério explica que tudo foi intensificado com a vinda da pandemia da Covid-19, quando os moradores realmente acreditaram que o evento não retornaria mais.
– Ao longo dos anos, os moradores vinham acumulando os enfeites e as casas já estavam bem decoradas, pelo acúmulo. Mas acabaram se desfazendo das peças e ficaram receosos com o julgamento, que poderia deixar de ser bonito. Mas, neste ano, os moradores que querem enfeitar, mas não têm condições, estão sendo ajudados por outros – relata o empresário.
Busca por apoio
Eleutério afirma que este retorno está sendo possível também pelo apoio por parte da Prefeitura de Joinville, que se dispôs a apoiar com a iluminação de Natal na rua, segurança no trânsito e também com questões de infraestrutura da via, como pintura do meio-fio, por exemplo, e também com a limpeza.
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O município reforça, no entanto, que a decisão de enfeitar as residências é de responsabilidade dos moradores, já que o local não está na rota de decoração natalina da Secult.
Para compensar uma possível falta de decoração, Ademar Eleutério explica que foram lançados alguns projetos em empresas com o objetivo de arrecadação de enfeites. Caso os empresários contribuam, plaquinhas com o nome da empresa serão colocadas nas casas.
Esta alternativa foi buscada após alguns orçamentos que foram levantados em lojas de decoração e pensada para ajudar o morador que não tem condições de comprar os adereços.
– Neste ano, queremos colocar apresentações culturais também. Por isso buscamos parceiros, pessoas que queiram se engajar pra ajudar – finaliza o empresário.
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Tradição de família
Vinícius Marcos Allage, de 78 anos, foi um dos pioneiros da Rua do Papai Noel. Ele conta que a tradição foi trazida de sua cidade de origem, Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, e compartilhada dentre os vizinhos.
A família, que já tinha costume de enfeitar árvores coloridas e cheias de luzes, se juntou a outras que tinham o mesmo costume e decidiram tornar a rua mais bonita durante o Natal. O que foi surpresa, no entanto, foi o local se tornar ponto turístico e com grande número de visitações.
– Os demais moradores da rua começaram a enfeitar seus jardins e casas até que, nos anos 1990, um grande número de visitantes passou a ir à rua e o jornalista Eli Francisco começou a chamar de Rua do Papai Noel – lembra Allage.
A partir do sucesso que a atração passou a ter, o morador conta que pórticos foram instalados e a via passou a contar com sonorização de músicas natalinas, desde então já custeados pelos próprios moradores. Além disso, o local contava com apresentação de corais. Ao longo dos anos, o trânsito precisou ser fechado durante o período em que ocorria a atração e a Polícia Militar passou a fazer a segurança da rua.
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Allage relembra com orgulho o alcance que a rua passou a ter por iniciativa dos próprios moradores e, hoje em dia, já aposentado, repassa o legado deixado pela família a seu filho, também morador da região, para que a tradição nunca se acabe.
– A Rua do Papai Noel só teve sucesso porque todos os moradores enganjavan-se no processo. A Rua é muito pequena e só com a colaboração de todos é que deu certo – se oegulha.
Veja fotos das edições passadas
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