O secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, anunciou, na manhã desta sexta-feira, que cinco novos casos de zika foram confirmados no Rio Grande do Sul. Dois deles são autóctones, ou seja, foram contraídos no Estado. É a primeira vez que há a confirmação de que o vírus circula na região.
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Os casos autóctones foram identificados em Santa Maria, na Região Central, e em Frederico Westphalen, no Norte. Uma jovem de 18 anos de Santa Maria começou a sentir os sintomas da doença ainda em fevereiro, após a vista do avô, que viajou ao Mato Grosso e foi diagnosticado com zika em Santo Ângelo. A segunda infecção foi em uma mulher, que não saiu do Estado, e está no primeiro trimestre de gestação. Ela começou a sentir os primeiros sintomas no começo deste mês.
Os outros três casos importados foram confirmados em Porto Alegre, Santo Ângelo — um caminhoneiro, que viajou para o Mato Grosso, e é avô da jovem de 18 anos que também teve a doença — e Teutônia.
Confirmados 5 novos casos de Zika no RS, 2 deles autóctones. pic.twitter.com/hUBrX69kA7
¿ Joao Gabbardo Reis (@GabbardoJoao) 18 de março de 2016
De acordo com Gabbardo, a Secretaria Estadual de Saúde vai intensificar o combate ao Aedes agypti, principalmente, nas cidades de Santa Maria, Frederico Westphalen — onde foram confirmados os casos autóctones — e Santo Ângelo. As forças armadas também serão convocadas para auxiliar nas vistas às casas e nas ações de eliminação do mosquito.
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— Atualmente, esses são os lugares que nos preocupam mais. Principalmente, porque os familiares dessas pessoas também podem ter contraído a doença — afirma.
Gabbardo também anunciou que o pré-natal da gestante de Frederico Westphalen receberá atenção especial.
— O mais importante é que as gestantes desses lugares têm de multiplicar os cuidados que já tinham anteriormente, como passar o repelente, colocar telas nas janelas usar roupa comprida e não exporem suas peles — alerta.
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Pacientes com suspeita de dengue podem passar por novos testes
Para identificar se há mais casos de zika no Estado, o secretário Gabbardo vai avaliar a possibilidade de fazer mais testes.
— Os casos suspeitos de dengue de pacientes que deram negativo para a doença, se ainda tiver condições, vamos testá-los também para o zika — afirma.
Duas das cinco pessoas com diagnóstico confirmado para o zika vírus tiveram seus testes feitos no Rio Grande do Sul, no Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen). Os outros testes foram conduzidos na Fiocruz, em Curitiba.
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Até o dia 12 de março, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS), havia registrado 2.191 casos suspeitos de dengue, dos quais 202 foram confirmados. Dentre os confirmados, 96 são casos importados e 106 são autóctones.
Nesta reportagem especial, conheça Adriana Melo, primeira pesquisadora a indicar a associação do zika vírus com a microcefalia: