Depois de confirmar pelo menos cinco casos de Mpox este ano, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul publicou um alerta epidemiológico relacionado ao cenário da doença. Nenhuma das infecções detectadas no Estado, entretanto, estão relacionadas à nova variante identificada no continente africano e que motivou, em parte, a emergência global.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
Em nota, a Secretaria destaca que a Mpox configura doença de notificação compulsória imediata e que os casos suspeitos, portanto, devem ser registrados no sistema do Ministério da Saúde em até 24 horas. O documento informa também que o diagnóstico laboratorial deve ser realizado por meio da detecção molecular do vírus utilizando a reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR).
“Recomenda-se a coleta de material vesicular e crostas, quando ambas estiverem presentes. Na ausência destas, coletar swab de orofaringe/nasofaringe e swab perianal e genital. A confirmação dos casos poderá ser realizada através de exames realizados pela rede laboratorial privada, desde que o laboratório cumpra com as determinações da diretoria colegiada da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, informa a Secretaria.
O informe ressalta ainda que todas as amostras com resultados detectáveis identificadas em laboratórios privados deverão obrigatoriamente ser encaminhadas para o laboratório central (Lacen-RS) para fins de vigilância genômica.
Continua depois da publicidade
“O armazenamento e transporte destas amostras deve ser articulado pela vigilância epidemiológica local”, recomenda.
Cenário da Mpox no Brasil
Na quinta-feira (15), o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox no Brasil. A pasta informou que, desde a primeira emergência decretada em razão da doença, de 2022 para 2023, a vigilância para a doença se manteve como prioridade no país.
O ministério vinha monitorando a situação mundial e as informações compartilhadas pela OMS e por outras instituições, e afirma que já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.
A pasta anunciou ainda que negocia a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a Mpox junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Continua depois da publicidade
“Estamos numa fase em que o que é importante é a vigilância e o monitoramento”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Muitas vezes, as pessoas ficam ansiosas. A vacina sempre gera uma grande expectativa. Mas é importante reiterar que, nos casos em que se recomenda a vacinação, ela é muito seletiva, focada em públicos-alvo muito específicos até este momento”, disse.
Na instalação do COE, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, lembrou que, dentro das configurações da nova emergência global instalada pela OMS, o Brasil está no nível 1, o menos alarmante, com cenário de normalidade para Mpox e sem casos da nova variante. A última morte pela doença em solo brasileiro foi registrado em abril de 2023.
De acordo com o ministério, o nível 2 refletiria um cenário de mobilização, com detecção de casos importados no Brasil; o nível 3, cenário de alerta, com detecção de casos autóctones esporádicos; o nível 4, situação de emergência, com transmissão sustentada em território nacional; e o nível 5, situação de crise, com uma epidemia de Mpox instalada no país.
Continua depois da publicidade
Leia também
Quais são e como funcionam as vacinas contra Mpox
Com variante mais mortal e transmissível, continente africano supera 18 mil casos de Mpox
Mpox: as regiões de SC com casos confirmados da doença que fez a OMS declarar emergência