É grande a procura por executivos das áreas comercial, de desenvolvimento e de processos por parte das indústrias de Joinville e região. A rotatividade está ligeiramente acima da média histórica.
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As companhias trocam 10% de seus executivos – de gerentes a diretores – a cada ano, em média.
A análise é da consultora em recrutamento Lise Chaves. A chegada da BMW à região causou alvoroço no mercado, avalia ela.
Lise Chaves é psicóloga e comanda a consultoria que leva o seu nome. É mestre em gestão de pessoas e atua na área organizacional desde 1984. Passou por empresas como Riocell Celulose e Multibrás. Criou seu negócio próprio em 1992, em Joinville.
MERCADO DE TRABALHO
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– O mercado está bom para especialistas nas áreas de engenharia de processos e pessoal de vendas. As empresas continuam crescendo. Mas, com um olhar mais consistente e maduro, investem em profissionais de desenvolvimento de produtos e em equipes de vendas para prestar efetiva assessoria ao cliente. Não há a simples troca de trabalhadores. As companhias buscam gente com formação mais completa e visão de mundo mais abrangente.
COMEÇO DO ANO
– O ano de 2014 começou com maior demanda. Logo no primeiro dia depois das férias, o meu telefone já tocou. Em anos anteriores, isso demorava um pouco mais. A procura pela consultoria, neste início de ano, se iguala à dos demais meses do ano passado. As empresas estão se mexendo. O mercado não tira férias. Há forte demanda das indústrias por coordenadores, gerentes e diretores das áreas de desenvolvimento, comercial e de processos.
SAÍDA
– Alguns executivos saem por conta própria das indústrias. Estou atuando em alguns processos de outplacement. A recolocação nem é tão rápida. Pode demorar de alguns meses e até dois anos, dependendo de cada caso. As indústrias estão cautelosas para contratar. Há, também, desligamentos preventivos promovidos pelas empresas.
MÉDIAS EMPRESAS
– Quando grandes empresas demitem, muitos dos executivos procuram lugar em companhias de porte médio. Nelas, podem agregar valor e serem reconhecidos. Profissionais experientes querem estar em companhias que valorizem perspectivas de carreira de médio e longo prazos. As pessoas sentem necessidade de saber que contribuem e fazem a diferença. As empresas médias têm o sonho de contratar executivo vivido, que passou por grandes corporações.
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TAMANHOS
– Empresas grandes são aquelas que faturam R$ 1 bilhão por ano e pagam de
R$ 40 mil a R$ 50 mil por mês para diretor. As médias têm receita bruta anual superior a R$ 350 milhões e pagam ao redor de R$ 25 mil para diretores. Empresas menores remuneram entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
TERCEIRIZAÇÃO
– As indústrias terceirizaram vários serviços. Entre eles, o de tecnologia de informação. Isso explica por que desapareceram os cargos de direção de TI das indústrias. O trabalho, muitas vezes, está sendo feito por terceiros especializados. Esta área, no campo técnico, só tende a crescer.
MARKETING
– Outro setor que passou por terceirização muito grande é o de marketing. Isso acontece para as companhias concentrarem foco no seu negócio principal. O mesmo já havia acontecido antes com o recrutamento e seleção de pessoal. A migração impõe outro tipo de relação com as indústrias.
– A rotatividade no nível gerencial está ligeiramente superior ao histórico nestes últimos meses. É comum as empresas trocarem 10% dos seus executivos a cada ano. Isso acontece tanto por demissões quanto por promoções, transferências e projetos especiais.
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ROTATIVIDADE
– A rotatividade no nível gerencial está ligeiramente superior ao histórico nestes últimos meses. É comum as empresas trocarem 10% dos seus executivos a cada ano. Isso acontece tanto por demissões quanto por promoções, transferências e projetos especiais.
ESTILO
– Para um executivo ser bem-sucedido, deve estar preparado para receber forte pressão e críticas duras no seu cotidiano. Assim, a maioria deles sofre pouco com as dispensas e enxerga desligamentos como oportunidades novas.
EFEITO BMW
– O anúncio da vinda da BMW para a região de Joinville mudou o ponto de inflexão dos executivos. Desde setembro de 2013, houve – e ainda há – enorme desejo de executivos trabalharem na montadora alemã. Até mesmo em eventos sociais me perguntaram se sabia a quem recorrer para ter uma chance lá. No fim do ano passado, aconteceu verdadeiro alvoroço. É gente das áreas financeira, de produção, de engenharia de processos… É impressionante.
CANIBALIZAÇÃO
– Em Joinville, não há o fenômeno da canibalização das indústrias por executivos. Há um acordo tácito, discreto, de bastidores para evitar que haja uma disputa aberta por profissionais. Ainda existe esse cuidado. Menos do que há vários anos, mas ainda há.
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INTERNACIONALIZAÇÃO
– A chegada de diversas empresas do exterior para Joinville e região é muito positiva. Elas mostram exigências de competências e produtividade que as brasileiras muitas vezes não têm. Os brasileiros ainda são pouco focados em desempenho e eficácia totais. Ainda somos muito ligados às relações interpessoais. Empresas ainda não cobram, de seus executivos, consequências de sua gestão. As competências têm de ser consolidadas.