O nome não poderia ser mais apropriado: Mãos para o futuro. É por meio desse projeto que o Rotary Club de Gaspar planeja construir um abrigo para cães abandonados. A iniciativa veio depois de a entidade perceber que precisa ir além da ajuda oferecida aos protetores de animais.

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Desde 2017, quando o trabalho começou, voluntários recolhem tampas de garrafas plásticas e revendem. O dinheiro é revertido para compra de ração e pagamento de atendimento veterinário aos animais que estão com protetoras. No ano passado, uma tonelada de tampinhas plásticas foi recolhida e rendeu R$ 1 mil.

Agora, a meta é mais audaciosa. Aumentar a quantidade de material coletado de forma que o dinheiro possa ajudar na construção da estrutura. O projeto está em fase de elaboração por arquitetos voluntários, e o estudo de viabilidade junto à prefeitura foi aprovado, conta a presidente da entidade, Franciele Cristine Cordeiro.

Ela quer encontrar empresas que possam auxiliar no custeio da obra, além das tampinhas plásticas, que toda a comunidade pode contribuir. Ao todo, são 56 pontos de coleta na cidade. Na última apuração, no dia 18 março, estima-se que se tenha até o momento em torno de 500 quilos.

O abrigo será construído no bairro Lagoa, em um terreno particular da protetora Sandra Estevão. Apaixonada por animais, a voluntária começou o trabalho de cuidar de cães largados nas ruas em 1993. Hoje tem mais de 250 em casa. A área é grande. Segundo ela, aproximadamente 11 mil metros quadrados.

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O problema é infraestrutura adequada para o acolhimento. Quando a obra ficar pronta, o que está previsto para 2020, será mais fácil cuidá-los. Hoje eles vivem em baias improvisadas, mas também construídas com o apoio e dedicação de voluntários e com doações da comunidade.

Franciele conta que a meta é construir um abrigo com capacidade superior a quantidade de cães que se tem atualmente no local, em virtude do crescimento da população no município. O espaço, porém, não deve ser visto com um depósito. É preciso que as pessoas adotem, mas de forma responsável.

– Os animais estão lá numa situação estupidamente precária. Então a gente notou que só dar ração não resolve. Pensamos como solucionar a situação. Se tudo correr dentro do que a gente espera, estará tudo orçado e o dinheiro levantado até o fim do ano. Em janeiro, iniciamos as obras de fato – explica Franciele.

Três pontos para observar na hora de adotar um animal:

Espaço e tempo: animais necessitam de espaço onde possam expressar seus comportamentos naturais e em que possam buscar abrigo de sol e chuva quando sentirem necessidade. Eles também precisam praticar exercício físico com regularidade. Além disso, deve-se levar em consideração o tempo que a família fica ausente e quem cuidará do animal nessas ocasiões.

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Tempo de vida: a maioria dos animais domésticos vive cerca de 20 anos e, assim como os seres humanos, na velhice eles necessitam de cuidados especiais e muita dedicação por parte dos tutores. Animais de estimação não são descartáveis e a velhice é a época que eles mais precisam das pessoas, porém é quando mais são abandonados.

Decisão familiar: é importante levar em conta o nível de energia, tamanho e comportamento, visto que cada animal é único. Além disso, é imprescindível levar em consideração se pode arcar com todas as despesas de um animal. Muito mais do que somente alimentação, ele também precisa de vacinas. Isso sem falar que eventualmente pode ficar doente.

Confira os pontos de coleta aqui.