Imponente, com 331 metros e capacidade para até 10,6 mil TEUs – unidade correspondente a um contêiner de 20 pés –, o Cap San Juan chegou a Imbituba e trouxe com ele uma nova fase para o setor logístico catarinense. O porto do Sul do Estado passa a operar a linha Ásia e é um dos cinco terminais do país a receber o navio gigante. Com a chegada da linha de longo curso, a expectativa da administração da estrutura é incrementar os negócios em 100%.

Continua depois da publicidade

No ano passado, o porto movimentou 30 mil TEUs na linha nacional. Somente entre setembro e dezembro deste ano, a linha Ásia deve atingir a marca de 50 mil TEUs. Para o ano que vem, o volume deve chegar a 150 mil contêineres, mas a administração não fala em faturamento. Para o diretor-presidente do porto, Rogério Pupo, a chegada da nova linha marca um novo momento do terminal.

– O porto cresceu 140% entre 2013 e 2016. Teremos um ano extremamente positivo em 2017. Transformamos o porto em uma estrutura viável e o novo passo foi abrir mercados diferenciados, trazendo a linha para a Ásia – explicou Pupo.

Apesar de um primeiro semestre de retração na movimentação de cargas na ordem de 10%, Imbituba aposta em crescimento com a chegada da nova linha. O governador Raimundo Colombo participou da cerimônia que inaugurou a linha Ásia e falou sobre a superação da região Sul em enfrentar o pessimismo do mercado:

– A economia vive uma fase difícil e o Estado se dedicou em alguns setores onde poderíamos ter melhores resultados. Nosso mercado está se desenvolvendo para fora (exportações), e a partir de agora temos uma linha semanal para a Ásia. Vocês vão ver o volume que vai se dirigir para cá. Esta linha é mais um forte vetor de desenvolvimento – comemorou Colombo.

Continua depois da publicidade

Além de Imbituba, o navio gigante também passará pelo Porto de Itapoá, no norte de Santa Catarina, segundo o Estado.

Novo acesso para cargas vindas do Sul

Além da abertura de novos caminhos através do mar, o presidente da SC Par, que administra o porto, Gabriel Ribeiro Vieira, destacou a importância da obra da BR-285, conhecida como Serra da Rocinha. O trecho que liga a BR-101 na altura de Araranguá até o norte do Rio Grande do Sul está em obras, com quase 30% dos trabalhos concluídos. A partir da conclusão do trecho, o Estado vizinho poderá aproveitar ainda mais o potencial do porto.

– Foi o começo do que pode se tornar um caminho alternativo não somente ao mercado catarinense, mas para o RS. A BR-285 nos proporciona um incremento de 4 a 5 milhões de toneladas em carga por ano, e Imbituba passa a ser mais uma opção interessante – avalia Vieira.

Porto de Itajaí retoma escala asiática

O Porto de Itajaí passa a receber, a partir da semana que vem, outra linha de navios vindos da Ásia. A rota, que fazia escala no Porto de Navegantes desde 2015, vai representar um incremento de pelo menos 20% na movimentação. A partir de abril do próximo ano, a previsão é de um acréscimo na movimentação de até 4 mil contêineres por mês, segundo a administração do porto.

Continua depois da publicidade

A primeira atracação do novo serviço está prevista para sábado. As paradas serão quinzenais até abril, pois seis dos 13 navios operados pela linha têm mais de 306 metros de comprimento e ainda não podem ser manobrados no Complexo Portuário de Itajaí. Quando a primeira fase da bacia de evolução for concluída, as atracações passam a ser semanais.

A Portonave, que perde essa rota, a explica que esse serviço representou uma média de 3% na movimentação entre janeiro e julho deste ano. Segundo o diretor-superintendente administrativo do terminal, Osmari de Castilho Ribas, dos três serviços que Santa Catarina recebe da Ásia, dois permanecem sendo operados em Navegantes.

Promessa de taxas até 40% mais baixas

Com a chegada de uma nova linha da Ásia a Santa Catarina, o Porto de Imbituba promete passar a oferecer preços mais competitivos. O diretor Comercial de Operações Portuárias da Santos Brasil, Danilo Cabral Ramos, disse que a empresa operadora do Tecon Imbituba pretende ofertar preços de 30% a 40% mais baixos. Para o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, esse tipo de concorrência já existe e é saudável.

– É necessária para equilibrar os preços de mercado. A Portonave detém 53% da fatia de contêineres de Santa Catarina, entre janeiro e junho deste ano, conforme a Datamar, e desde 2010 é líder no segmento – explicou Ribas.

Continua depois da publicidade

A linha que passa a operar em Imbituba fazia escala no porto gaúcho de Rio Grande, então é mais um incremento para os terminais catarinenses, que agregam uma nova parada de navios gigantes. A escolha de um porto, conforme Ribas, envolve vários fatores, entre eles questões comerciais. Ele comenta que os contratos podem ser alterados a cada um ou dois anos, e que os clientes continuam tendo Navegantes como uma opção para exportar e importar.

Leia as últimas notícias do Diário Catarinense