Ronaldinho é o cara do Atlético-MG no Mundial de Clubes. Por onde se anda em Marrakesh, ouvem-se não só gritos de “Galo!”, como também “Ronaldinho!”. A população local está ansiosa para ver o craque em campo, o que acontecerá nesta quarta-feira, às 17h30min (de Brasília), quando o Atlético-MG enfrenta o Raja Casablanca (MAR) na semifinal que decidirá o desafiante do o Bayern de Munique (ALE) na decisão. Os bávaros golearam o Guangzhou Evergrande (CHN) na terça-feira e já se garantiram.

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A única pessoa que não deve estar ansiosa para ver o camisa 10 do Galo é Mabide, meio-campista do Raja e autor da polêmica declaração de que o Dentuço não é mais o dos tempos do Barça e só vive do nome. Em coletiva na terça-feira, em Marrakesh, R10 fez pouco caso do desdém de Mabide e deixou a entender que a resposta virá em campo.

– Claro que não sou mais o Ronaldo do Barça. Sou o R10 do Atlético. Se falar fosse bom… Vamos jogar – respondeu o jogador, que aproveitou a presença do presidente da CBF José Maria Marin no Marrocos e disse que ainda sonha em vestir a Amarelinha:

– Gosto de mostrar que estou em bom momento e ainda pensar na Seleção Brasileira – concluiu, com um sorriso estampado.

Para os marroquinos, no entanto, pouco importa se R10 ainda tem a qualidade de quando foi eleito o melhor jogador do mundo duas vezes seguidas, entre 2004 e 2005. A fama de Ronaldinho segue intacta, assim como seu carisma. Apesar de não ter participado do treino de ontem, poupado, o meia foi muito assediado por torcedores e voluntários da Fifa na saída do estádio.

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– Tirei foto com ele e liguei para o meu filho para contar! – relatou um animado marraquechi. – Raja? Que nada! Ronaldinho! Mineiro 5 a 0! – completou.

Em coletiva, o zagueiro Mohamed Oulhaj tentou colocar panos quentes na polêmica:

– Não acho que foi uma provocação. Ronaldinho ainda é respeitado.

Já Cuca, espera que R10 entre em campo ainda mais motivado nesta quarta-feira:

– Ele saberá que Ronaldinho é o cara. Nós sabemos. A torcida, também.

Coletiva de Ronaldinho

Como é a sensação de ser querido também aqui em Marrocos?

Ronaldinho – Estou consciente de que o povo daqui reconhece tudo o que eu fiz e sempre me tratou com carinho, desde a época em que eu joguei em Paris, onde tem muitos marroquinos. Estou sempre recebendo mensagens, cartas.

Você chega ao Mundial de Clubes com a responsabilidade de ser o protagonista do Atlético. Está preparado para isto?

Ronaldinho – Quero vir aqui com meu jeito de sempre, procurar fazer a minha parte e fazer história mais uma vez. Bem, quero jogar a minha bola quietinho e voltar para casa com o título, levando o nome do Galo ao lugar mais alto.

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Em que a sua derrota com o Barcelona (para o Internacional, em 2006) pode ajudar agora?

Ronaldinho – Pela experiência. Poucos atletas têm a possibilidade de disputar o Mundial mais de uma vez, ainda mais na idade e no nível que estou jogando. Mas a minha carreira é assim: ter de mostrar a cada partida e a cada ano o meu valor. Mas gosto disso, de estar sempre provando que estou em bom momento e ainda pensar na Seleção Brasileira. Agradeço aos companheiros.