O rompimento da adutora localizada na rua Dona Francisca, perto da à empresa têxtil Döhler, comprometeu o fornecimento de água em 65% da cidade nesta segunda-feira – cerca de 370 mil pessoas – em Joinville. O vazamento ocorreu no dia seguinte à realização de obras na adutora da Dona Francisca. O rompimento prejudicou os moradores de 29 bairros das zonas Sul, Leste e Norte, regiões que são abastecidas pela estação de tratamento de água (ETA) do rio Cubatão.
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A adutora sai da ETA do Cubatão por uma única rede até o Trevo do Tecelão, em frente à Döhler. A partir dali, se divide para abastecer as zonas Leste (pela rua Arno Waldemar Döhler), Norte (pela Rui Barbosa) e Sul (pela Dona Francisca). O acidente aconteceu antes de a adutora se subdividir. Por isso, a estação de tratamento teve que ser paralisada e a falta de água comprometeu boa parte da cidade.
– Esse ponto é crítico. O que nos prejudicou foi que rompeu antes do Trevo do Tecelão. Se tivesse rompido depois, iria deixar uma área comprometida, mas não precisaria parar a estação – explica Jalmei Duarte, presidente da Companhia Águas de Joinville.
Uma equipe da companhia trabalhou durante todo o dia para restabelecer o fornecimento de água. As peças que precisaram ser confeccionadas chegaram ao local no final da tarde e depois precisaram ser instaladas e soldadas. A expectativa de Duarte era de que a estação voltasse a ser ligada por volta da meia-noite. Em seguida, a água voltaria a reabastecer a cidade aos poucos. As regiões mais próximas da ETA, como a Norte e a Leste, devem voltar a receber água nesta terça-feira. Na zona Sul, a situação deve ser normalizada no decorrer de quarta-feira.
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Vazamento compromete fornecimento de água em 65% da cidade de Joinville

Moradores já reduzem consumo
A falta de água afetou moradores de boa parte da cidade, até mesmo aqueles que residem em bairros em que não houve o comprometimento do abastecimento. Isso porque os três prontos-atendimentos (PAs) de Joinville, localizados nos bairros Aventureiro, Costa e Silva e Itaum, tiveram que atender apenas aos pacientes em situação de urgência e de emergência durante esta segunda-feira.
Os funcionários das unidades de saúde não tinham como fazer a higienização para o atendimento, os banheiros ficaram sujos e não havia água para administrar alguns medicamentos. Segundo a Prefeitura, caminhões-pipa foram encaminhados até as unidades para fazer o abastecimento. No entanto, no PA Norte, o veículo ainda não havia chegado até o final da tarde. No PA Leste, o caminhão fez o reabastecimento, mas a água acabou horas depois.
Além disso, a população teve que administrar a falta de água dentro da própria casa. Daise Dalavechia, 44 anos, levantou cedo para lavar roupa e teve que deixar tudo dentro da máquina. Moradora da rua dos Lírios, no bairro Fátima, ela preferiu economizar água a enxaguar as roupas e terminar a lavação. O reservatório de água da residência abastece apenas a área interna, mas nem por isso as louças do almoço foram lavadas. Daise as deixou sobre a pia até o retorno do abastecimento. A ordem dela, dentro da casa, é poupar o máximo.
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– Temos que economizar em tudo. Se faltar água, como eu vou tomar banho para ir trabalhar amanhã? – questiona a filha de Daise, Dienifer Dalavechia, de 19 anos.
O irmão dela, que mora em outra rua do bairro, mas não tem reservatório para guardar água, também precisou ir até a casa da família para tomar banho no domingo à noite. Como moram em quatro pessoas na mesma residência, o medo é de que a água acabe antes do retorno do reabastecimento e a situação fique ainda pior. Segundo a Cia. Águas de Joinville, a previsão é de que o abastecimento volte ao normal apenas na quarta-feira.