O prefeito Gean Loureiro (PMDB) está decidido a enviar à Câmara um pacote de medidas duras para tentar equacionar a situação financeira da prefeitura de Florianópolis. Constituiu uma força-tarefa que concluiu pela existência de uma dívida consolidada da prefeitura de R$ 1.078.000.000,00. Isto mesmo: um bilhão e 78 milhões de reais.
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Ele se declarou perplexo com o cenário encontrado. Revelou que só a dívida de curto prazo é superior a R$ 500 milhões, a ser paga durante este ano. E não está levantado ainda o que não foi empenhado.
– É o caos total. Foi uma irresponsabilidade não ter deixado a prefeitura em situação melhor – declarou Gean Loureiro.
A nova gestão está elaborando vários projetos e atos que deverão dar maior celeridade aos processos de licenciamento ambiental visando liberar obras e serviços de interesse público que estão travando a economia da cidade. Os assessores do prefeito identificaram pelo menos R$ 30 milhões que podem entrar nos cofres municipais com a aprovação de alvarás sanitários, engavetados ou aguardando decisão das autoridades municipais. No Ipuf há outros projetos esperando decisão que podem gerar mais R$ 20 milhões para a prefeitura.
O pacote a ser encaminhado à Câmara terá conteúdo muito duro e vai atingir pagamentos de 200% de horas extras, quinquênios aos servidores, gratificações por comissões fantasmas e cortes em despesas não essenciais.
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O prefeito está decidido a restabelecer a autoridade municipal, em todos os sentidos, na relação com os servidores e com outros poderes.
Cortes
O presidente da Câmara de Florianópolis, Guilherme Pereira, demitiu 20 titulares de cargos comissionados. Determinou levantamento completo de todos os contratos. Quer saber também qual a real situação financeira do Legislativo. Há uma dívida, não reconhecida, de R$ 3 milhões relativos à previdência. Pretende atacar, ainda, os altos salários. Pelo menos nove servidores ganham R$ 40 mil, bem acima do teto.