Nossa subida ao Morro da Mariquinha, no Maciço do Morro da Cruz, nos rendeu ótimas histórias e pautas rentáveis para as empreitadas diárias da equipe da Hora. É lá no alto que moram pessoas como a dona Bela, uma senhora de 86 anos, que ao longo de seus 70 como moradora do morro, viu a evolução gradativa do lugar e o aumento de sua povoação.

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Dona Bela lembra como se fosse ontem quando seu finado marido, Leogildo, construiu a bica d’água que durante anos foi o sustento deles e seus 13 filhos. Foi na bica, também, que ela conheceu a parteira e benzedeira da Mariquinha, dona Rosa, que já não está mais entre nós, mas todos guardam na lembrança as rezas que fazia de quebranto, arca caída e pena nariz.

Todo morro tem seu ponto de encontro para festas e fofocas. Na Mariquinha, esse lugar era o bar do Tatinho. Hoje ele não toca mais o estabelecimento que ficava no quintal da própria casa, mas é figura indispensável nas confraternizações da área.

Antônio Carlos Machado, como é chamado, nasceu em Laguna e se encontrou no morrão que o recebeu há mais de 30 anos. Se ele pensa em sair da comunidade? Diz ele que fica com calafrios só de pensar. O mesmo pensa a queridona dona Zica, que ao longo seus 57 anos de existência viu muitos moleques pequenos correndo atrás de pipas, crescendo e se tornando homens de bem. A queridona aí tem um dos blocos mais tradicionais da cidade, onde faz questão de manter a corte e os ritmistas do Morro.

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Só coisa boa

Se eu fosse escrever sobre tudo de bom que encontramos na tarde de sábado, me faltariam páginas para remetê-los à sensação da equipe. Não é novidade que foi na Mariquinha que cheguei ainda adolescente, fui acolhido com muito carinho e me transformei no que sou hoje. Quem me dera escrever sobre todos os vizinhos, sobre todos os avanços que vejo aquela comunidade ter, do orgulho que tenho em fazer parte da história.

Posso dizer que lá é lugar de gente aguerrida, que constrói com as próprias mãos as melhorias, como foi o caso do calçamento feito na Rua Waldemiro Monguilhot, com uma vaquinha feita pelos moradores. O campinho que está lá no alto do morro, nossa primeira área de lazer, também foi feito sem recursos públicos.

Não posso deixar de agradecer a minha querida mãe, dona Inês, por ter me levado para um lugar onde a cumplicidade coletiva ainda existe. Se pudesse resumir o que sinto pelo Morro da Mariquinha em uma única palavra, seria gratidão. Agradeço também ao Makro Atacadista, que nos proporcionou levar uns presentes para a comunidade!

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E o posto?

É uma pena que mesmo com tanto esforço da comunidade ainda não tenhamos nossa sede da associação de moradores, nem um posto de saúde. O pouco que temos é porque pessoas como os músicos da Orquestra de Choro Campeche nos dão: oportunidades de aprendermos música.

O projeto de jiu-jistu também está caminhando bem, mas falta o poder público olhar pra cá com mais carinho. Parabéns ao Alex e Aurélio pelo belo trabalho que vem sendo feito através da associação. Nós por nós.

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