Gustavo Kuerten atirou-se ao chão, fincou os joelhos no solo e cravou no céu seus dois indicadores. Era como se comemorasse mais um título em Roland Garros – mas era apenas uma vitória, compartilhada com dezenas de crianças, no campeonato de mímica do evento Rolando Arroz, que reuniu no sábado alguns dos principais nomes do tênis brasileiro em Porto Alegre.

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Além de Guga, maior tenista da história do Brasil, ases da raquete como Fernando Meligeni, Marcelo Melo, Bruno Soares, Rogério Silva e o veterano Thomaz Koch foram ao bairro Belém Novo, na zona sul da Capital, prestigiar a iniciativa da ONG WimBelemDon – mais um trocadilho, dessa vez com o tradicional Torneio de Wimbledon. A entidade oferece aulas de tênis gratuitas, além de oficinas de cinema e apoio em matemática, para 103 crianças da região.

– No caso do Rolando Arroz, bolamos o nome primeiro. Mas precisávamos fazer algo que justificasse o nome. Então, além das gincanas e da participação dos tenistas, oferecemos um almoço com vários tipos de risoto. O valor dos ingressos será revertido para a ONG – explicou o fundador da WimBelemDon, Marcelo Ruschel, que ainda planeja criar o Astralha Open (em referência ao Austrália Open, para arrecadar “tralhas” como roupas e brinquedos velhos) e o Ué! Sopa (uma menção ao U.S. Open, com sopa no lugar do risoto).

Meligeni leva bolada no

peito em jogo com crianças

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No sábado, na sede da ONG alugada em Belém Novo, os tenistas famosos – com exceção de Guga, que chegou mais tarde e apenas bateu uma bola com a gurizada – se dividiram em duplas com alunos do projeto. E participaram de um disputado torneio de tênis.

Meligeni, às gargalhadas, se jogou no saibro fingindo uma contusão quando um dos meninos – sem querer, claro – acertou-lhe uma bolada no peito, na semifinal. Seu parceiro de dupla, Jair Mendes, 12 anos, contagiava a plateia com um sorriso incessante. Quando ele e Meligeni venceram a partida, saiu-se com essa:

– A outra dupla estava ganhando, então precisei assumir o jogo.

Alijado dos louros da vitória, Meligeni mesmo assim se derreteu.

– Esse esporte é demais, porque te dá demonstrações de quem a pessoa é. Esse garoto tem 12 anos e levantou a torcida. É carismático, competitivo, não vai se esconder da vida – elogiava o ídolo convertido em fã.

Já Gustavo Kuerten, atencioso com as centenas de crianças que lhe paravam para pedir autógrafos, enalteceu o evento inteiro:

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– Essa força que o povo tem, de auxiliar as pessoas que mais precisam, é isso o que faz o Brasil andar para frente.