A Polícia Militar terminou com uma farra do boi que acontecia na manhã deste domingo de Páscoa (1º) em um terreno particular no bairro Rio Tavares, próximo à Lagoa Pequena, em Florianópolis. Farristas soltaram rojões nos policiais, que responderam com um tiro de bala da borracha. Sete viaturas e um helicóptero foram usados na ação. No entanto, ninguém foi preso.

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Conforme informações do 4º Batalhão, agentes foram até o local em duas viaturas para atender a ocorrência, após receberem uma denúncia. Chegando lá, flagraram a farra. O boi estava no terreno particular, e os farristas fugiram pulando os muros, mas continuaram nas proximidades. Um policial com habilidades de laço foi chamado. No momento em que os populares perceberam que o boi seria laçado, dispararam rojões e fogos de artifício para evitar que os policiais capturassem o animal.

Segundo a polícia, os PMs deram ordem para os farristas pararem e se afastarem; porém o grupo continuava incitando o bovino, colocando em risco a segurança dos agentes. Foi quando um policial efetuou um disparo de calibre 12 com munição de borracha, o que restabeleceu a ordem. O disparo não atingiu ninguém.

Outras cinco viaturas e o helicóptero Águia foram até o local para apoiar os PMs. Por fim, o animal foi apreendido e encaminhado para Associação Catarinense de Proteção aos Animais (Acapra) e está em um sítio na Capital que terá o endereço preservado em função de ameaças que a ONG tem recebido. O animal já está bem e foi batizado com o nome de Hanuman.

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Conforme a PM, devido ao grande acúmulo de pessoas e o tumulto, os farristas conseguiram fugir e não foi possível penalizar ninguém.

Tradição ou barbárie? Proibida, farra do boi continua presente

Desde 1998, a farra do boi é uma ilegal, conforme a Lei de Crimes Ambientais, que criminaliza condutas que maltratem animais. O texto proíbe “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”.

Na Semana Santa, casos de farra do boi aumentam consideravelmente no estado. O animal costuma ser confinado sem alimento por vários dias. Após passar fome, comida e água são colocados num local à sua vista, sem que ele possa alcançar, como forma de aumentar o desespero.

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A festa em si começa quando o boi é solto e é perseguido pelos farristas, que carregam pedaços de madeira, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes, pedras, entre outros utensílios usados para perseguir o boi que, no desespero de fugir, acaba ferindo a si próprio, pessoas, destruindo o patrimônio público, causando pânico.

Denúncias podem ser feitas pelo 190 da Polícia Militar, ou se preferir anonimato, o disque-denúncia da PM: 0800-481-717. A Acapra mantém uma página no Facebook chamada Farra do Boi Nunca Mais, onde também recebe informações e denuncia os locais onde as farras acontecem.