Rogério Caboclo foi afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por 30 dias. O presidente não atendeu aos pedidos para se afastar nos últimos dias e resistiu até o fim, mas neste domingo (6) foi retirado do cargo por decisão do conselho de ética da entidade.
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Caboclo terá tempo para se defender da acusação de assédio moral e sexual feito por uma cerimonialista da entidade. A decisão de afastamento ocorre após quase uma semana de tentativas e pedidos de diretores da confederação e presidentes de federações estaduais para que Caboclo se afastasse.
Como último argumento para convencê-lo lhe foi sugerido atender ao conselho do diretor de governança, André Megale, de se licenciar por tempo determinado. Talvez, seis meses, para se defender das acusações de assédio sexual e moral feitos por uma cerimonialista da confederação.
Os argumentos apresentados a Caboclo, segundo soube a reportagem, era que a saída dele, mesmo que temporária, abafaria todos os problemas.
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Faria sair do noticiário a denúncia de assédio, aplacaria o descontentamento dos jogadores da seleção e de Tite, garantiria a realização da Copa América sem sobressaltos e atenderia ao desejo manifestado por presidentes de outras confederações nacionais, da Conmebol e até de representantes da Fifa: tirá-lo da organização do torneio.
O cartola continuou a negar essa possibilidade. A pelo menos um presidente de federação do Nordeste disse que se sair, a chance de não voltar é grande.
Coronel Nunes assume a presidências temporariamente
Antônio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, assume a presidência por ser o vice mais velho (82 anos). Ele ocupou o cargo entre fevereiro de 2017 e abril de 2019, no período entre o banimento de Marco Polo Del Nero e a posse de Caboclo, eleito para ficar até 2023.
O vácuo no poder da confederação será discutido nesta segunda-feira (7), para quando foi convocada uma reunião extraordinária dos oito vices da entidade. Dois deles disseram à reportagem que quase todos estarão presentes. Há dúvida a respeito da presença de Fernando Sarney, que está em quarentena por causa da Covid-19.
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Alguns vices da CBF já foram sondados sobre a possibilidade de assumir o lugar do atual presidente na organização da Copa América. Por ter sido decidido às pressas que a sede seria o Brasil, não houve tempo para montar um comitê organizador. Tudo tem sido resolvido por Caboclo. Mas a polêmica de abrigar o torneio faz com que os demais cartolas tenham mostrado resistência em herdar a atribuição.
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