Se tem alguém que pode sair mundo afora tocando canções consagradas pelo Supertramp, é Roger Hodgson. Além de ser o autor dos maiores sucessos, sua voz suave e aguda e o som que tira do piano elétrico Wurlitzer tornaram-se marcas registradas da banda inglesa. É com essas credenciais que ele aterrissa em Florianópolis nesta quinta-feira (16) para o show Breakfast in America, batizado em alusão ao disco mais conhecido de seu antigo grupo.

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– Apresento músicas que sei que as pessoas querem ouvir e cantar junto comigo – diz o artista do outro lado da linha, na Califórnia, onde mora, antes de embarcar rumo a Argentina e Uruguai para iniciar a perna sul-americana da turnê.

A escolha do nome é mais do que justificada. Após flertar com o progressivo nos primórdios, o Supertramp havia desenvolvido seu próprio estilo dentro do pop a partir do terceiro álbum, Crime of the Century, em 1974. O baixista e vocalista Hodgson passou a se revezar nos teclados com o sócio-fundador Rick Davies e hits como Dreamer e School começaram a brotar. Desde então, a banda tinha engatado uma trajetória consistente. Até vir Breakfast in America, em 1979, e nada mais ser como antes.

– Durante as gravações, eu sentia que estávamos fazendo algo muito bom. Claro que não esperávamos que o disco fosse tão bem-sucedido quanto foi. Ficamos surpresos, mas tínhamos confiança no nosso trabalho, pois gastamos muito tempo no estúdio para que o resultado ficasse exatamente do jeito que queríamos – lembra.

O café da manhã anunciado no título se revelou um banquete para os fãs. O mercado também se refestelou: o sexto lançamento do grupo emplacou pelo menos quatro músicas nas paradas (The Logical Song, Take the Long Way Home, Goodbye Stranger e a faixa-título) e ultrapassou as 20 milhões de cópias comercializadas, disparado seu campeão de vendas. O estrelato, porém, cobrou um preço – que Hodgson não estava disposto a pagar.

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– Foi uma época maravilhosa e difícil. Você perde toda a sua liberdade. Tanto que, depois da turnê de Paris (o ao vivo na sequência, em 1980), eu precisei dar um tempo para me encontrar novamente. Foi o que fiz. Construí uma casa, me mudei com minha família para a região nas montanhas ao norte de Los Angeles e me afastei da indústria musical.

Na volta ao batente, ele percebeu que não falava mais o mesmo idioma artístico que Davies. O disco apropriadamente chamado Famous Last Words (1982) acabou marcando sua despedida, não sem engordar a lista de clássicos dos britânicos com It¿s Raining Again. O ex-parceiro manteve a banda na ativa, Hodgson seguiu o caminho solo. Nenhum deles chegou perto de igualar, que dirá superar, o tamanho que tinham quando dividiam o palco.

As tentativas para uma reunião nunca prosperaram. Para Hodgson, prestes a completar 67 anos no próximo dia 21, no problem: sempre haverá os tesouros do Supertramp – que, afinal, são seus – para entreter uma plateia saudosa daquele soft rock que embalou tanta gente entre as décadas de 1970 e 1980. Das 20 músicas do show realizado em Montevidéu na terça-feira (13), 14 faziam parte do repertório do grupo (confira setlist abaixo). A expectativa é de que no Centrosul não seja diferente.

– Minhas canções são muito pessoais. Refletem minhas dúvidas sobre a vida, o amor, Deus, minhas dores, minhas alegrias. Muitos podem se conectar com isso também. Acho que elas podem dar voz ao sentimento de muitas pessoas que talvez não conseguissem expressá-lo sem a música – acredita.

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Agende-se

O quê: Roger Hodgson com o show Breakfast in America

Quando: quinta-feira (16/3), abertura dos portões às 19h

Onde: Centrosul (Av. Governador Gustavo Richard, 850, Centro, Florianópolis)

Quanto: a partir de R$70 no site Blueticket

Setlist*

– Take the Long Way Home

– School

– In Jeopardy

– Lovers in the Wind

– Breakfast in America

– Hide in Your Shell

– Easy Does It

– Sister Moonshine

– Along Came Mary

– The Logical Song

– Lord Is It Mine

– Death and a Zoo

– If Everyone Was Listening

– Child of Vision

– The Awakening

– Dreamer

– Fool’s Overture

Bis:

– Had a Dream (Sleeping with the Enemy)

– Give a Little Bit

– It’s Raining Again

* do show na terça-feira (13) em Montevidéu

Fonte: Setlist.fm