Depois de um primeiro bloco dedicado à perguntas ao ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, foi a vez de Rodrigo Pimentel, comentarista de segurança da Rede Globo, e Tullo Cavallazzi Filho, presidente da OAB Santa Catarina, discutirem questões de segurança público no Estado. Ainda no início do segundo bloco, o apresentador do Painel RBS confirmou mais um atentado no Estado, que estava sob investigação. Na noite de domingo para segunda dois homens atiraram contra a casa de um policial militar.
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Para Rodrigo Pimentel, as ações que se deflagraram depois dos primeiros atentados se assemelham com o efeito causado pela Al-Qaeda – organização terrorista e fundamentalista islâmica – em que pessoas aleatória promovem a violência em nome do grupo, sem ter recebido ordens diretas. O comentarista acredita que o crime organizado no Estado não tem estrutura para orquestrar um número tão grande de atentados e relembrou ainda as ações ocorridas em Vitória, no Rio de Janeiro e São Paulo, que foram mais violentas do que as registradas em Santa Catarina.
– O crime organizado é aquele transacional, com uma hierarquia rígida, que lava dinheiro. O crime organizado aqui em Santa Catarina não tem todas essas características – ponderou Pimentel.
Para ele, o sistema prisional catarinense está acima da média e merece elogios, mas situações de agressão aos presos, como a ocorrida em Joinville, não podem ocorrer novamente.
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– Criminoso assalta, sequestra, rouba banco e não queima ônibus. Se isso está acontecendo, é por que alguma coisa está errada – afirmou.
Pimentel explica que os presídios tem a obrigação de punir, ressocializar e neutralizar e que, se isso não está acontecendo, é preciso sofisticar o sistema. O comentarista acredita que ações como garantir trabalho aos presos são saídas para que as organizações criminosas não sejam retroalimentadas.
Para o presidente da OAB Santa Catarina, Tullo Cavallazzi Filho, é importante detalhar as motivações que levaram aos atentados.
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– Embora números acima da média nacional, a infraestrutura dos presídios ainda deixa a desejar – declarou.
De acordo com Cavalazzi, o papel da OAB passa pela fiscalização das situação dos apenados. É preciso que os advogados avisem sobre as situações equivocadas em tempo real para que as autoridades possam tomar providências e não deixem que a violência chegue a este ponto. Ele ressaltou ainda que as investigações dos advogados presos nas últimas semanas continuam.
– É uma exceção, que fique muito claro. Milhares de advogados frequentam os presídios e conversam com os presos dentro das normas estabelecidas. Se for comprovado que houve atuação destes advogados, eles serão suspensos temporariamente. Advogado que pratica crime não é advogado, é criminoso – declarou.
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