Por Danielle Brant

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse neste sábado (6) que quer votar a reforma da Previdência no plenário da Casa já na próxima semana e afirmou que o resultado da votação vai surpreender.

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Maia se reuniu na residência oficial da Presidência da Câmara com parlamentares e integrantes do governo de Jair Bolsonaro para tentar costurar os últimos pontos antes de levar a plenário o texto aprovado na madrugada de sexta-feira (5) na comissão especial da Casa.

Participaram das conversas o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, e os líderes do PP, deputado Arthur Lira (AL), e do DEM, Elmar Nascimento (BA).

Ao fim da reunião, Maia falou com jornalistas e disse estar confiante em uma aprovação no primeiro turno de votação no plenário da Câmara. Para ser enviada ao Senado, a proposta precisa passar por dois turnos no plenário na Casa, com exigência mínima de 308 votos favoráveis em cada um.

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— Acho que o resultado do primeiro turno vai ser um resultado, do meu ponto de vista, que vai surpreender a todos — afirmou.

Maia quer iniciar o processo de votação na terça (9) ou quarta-feira (10).

— Nós temos que ter a tese que o importante é ganhar. Então nós vamos ganhar com uma boa margem para matéria que, até um ano atrás, era muito difícil você chegar nesse momento com uma perspectiva de vitória — afirmou.

Segundo ele, deputados têm defendido a votação antes do recesso parlamentar, que começa no próximo dia 18 e vai até o final do mês.

— Se é um sentimento de parte que vem espontaneamente, significa que há um ambiente no Parlamento para que a gente consiga votar esta matéria — ressaltou. Para ele, é necessário um quórum mínimo de 490 dos 513 deputados para que a votação não corra qualquer tipo de risco.

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O parlamentar elogiou o texto aprovado na comissão especial da Câmara.

— Em relação ao que foi feito desde o governo do presidente Fernando Henrique, esta reforma aprovada na comissão, que eu espero que seja mantida, a nota é 10.

Maia deve se encontrar com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) neste domingo (30) para continuar articulando a aprovação da reforma.

Neste sábado, o presidente da Câmara elogiou Ramos, que assumirá a articulação política do governo.

— Foi bom ele participar. É bom somar esforços de todas as áreas do governo. Não que a gente vá abrir mão do ministro Onyx, de forma nenhuma. Tem sido um ótimo aliado, um ótimo interlocutor — disse.

— Independente de ter articulação política com ele ou não, ele vai continuar nos ajudando. Mas o governo nomeou o ministro Ramos como articulador político, então nós também vamos conversar com ele.

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Assim como Maia, Ramos expressou confiança na aprovação da reforma na Câmara. "A ideia é construir soluções para a votação", disse.

Pressão pelo prazo

O senador Omar Aziz (PSD-AM) também esteve na casa de Maia, mas deixou a reunião antes do fim. Foram ao local ainda Edinho Magalhães, presidente da Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado), e representantes da Frentas (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), que conversaram brevemente com o presidente da Câmara.

Aziz avalia que, no Senado, a reforma também caminha para uma votação sem grandes surpresas.

— Eu espero que a gente só cumpra o prazo, que são 45 dias, no máximo, para que a gente aprove e deixe o Brasil voltar a crescer — disse. Segundo ele, que não acredita que o texto vá sofrer grandes mudanças em relação ao aprovado na Câmara, as discussões não devem ser mais rápidas no Senado.

A comissão especial da Câmara concluiu na madrugada de sexta, depois de 16 horas de negociações, a votação do relatório da reforma da Previdência. A proposta segue para análise no plenário, onde ainda pode sofrer alterações.

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O texto-base das mudanças nas regras de aposentadoria foi aprovado no início da tarde de quinta-feira (4) por 36 votos a 13. Depois, os deputados seguiram com a votação de destaques -pedidos de partidos e deputados para que uma parte específica da proposta seja analisada separadamente.

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