Sempre escrevi aqui e volto a repetir: o que Argel pode trazer para o Figueirense é um aumento do nível de competitividade da equipe. A energia que ele emprega nos treinamentos e no vestiário costuma trazer efeitos pra dentro de campo. Ainda mais numa situação como esta que aponta, neste momento, uma luta para sair da parte de baixo da tabela. Além disso, Argel conhece a casa e vai saber onde vai pisar e os caminhos que precisa percorrer.

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É uma volta natural, por mais que, para ele, em termos de carreira, o retorno possa ser um passo atrás. Mas isto, às vezes, também é questão de vaidade profissional. Argel não pensa assim. Quer fazer resultados, quer ganhar jogos. Se motiva para derrubar grandes adversários, para vencer grandes lutas.

Outros nomes

Argel era e sempre foi o primeiro, o segundo, e o terceiro nome do presidente Wilfredo Brillinger. O desfecho com acordo acorreu em conversa por telefone, no início da noite. O presidente em Florianópolis e Argel em Porto Alegre. Os primeiros contatos foram feitos ainda na segunda de manhã, já com a saída de Eutrópio consumada. A rescisão dele com o Inter também não foi problema, pois acordo com a direção colorada o pagamento integral do contrato até o final, em dezembro deste ano.

Em tese, isto até facilitou a o novo acordo salarial com Argel. Internamente outros dois nomes chegaram a ser discutidos nesta segunda, mas como uma alternativa para o caso de negativa no acordo com Argel. Adilson Batista e Gilson Kleina foram colocados na mesa. Mas o acerto com Argel era mesmo o mais provável, como ocorreu. Ele chega nesta terça e já estará no banco na quarta, contra a Ponte Preta.

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Eutrópio não fez um bom trabalho

O retorno de Vinícius Eutrópio, demitido do Figueirense nesta segunda-feira, foi uma decepção. O treinador deixa o Figueirense na zona de rebaixamento do Brasileirão, com um aproveitamento na linha dos 35%. Mas fracassou também no estadual, torneio em que o time sob o comando leve nunca decolou e não chegou sequer a entrar na disputa pelo título. Alguns números e comparações podem deixar mais clara a análise.

Após derrota, Vinícius Eutrópio é demitido pelo Figueirense

Hudson Coutinho, demitido antes para a chegada de Vinícius, teve no ano passado na mesma Série A, em 13 jogos, já na reta final, quando ajudou a salvar o Figueirense do rebaixamento, um aproveitamento de 41%. Na comparação com ele mesmo na Chapecoense, no Brasileirão 2015, Eutrópio fica abaixo. Em 25 jogos, levou a Chape a um índice de 40% – números que deram um suporte ao Verdão para se garantir na elite. Então até no Eutrópio X Eutrópio o rendimento deixou a desejar.

Discurso e rejeição

O que fica mais emblemático nesta passagem é como Vinícius chegou abraçado pela torcida, em meio ao turno do Catarinense, e sai agora com tamanha rejeição. A torcida já pedia a saída dele no início do Brasileirão. Acredito que tenha a ver com resultados, ações, mas muito mais pelo discurso dele. Sempre demonstrando uma falta de confiança enorme no grupo de jogadores e no próprio trabalho dele.

Eutrópio costumava ressaltar as dificuldades e os adversários, numa espécie de desculpa antecipada para os resultados. Isso foi minando a relação dele com o mesmo torcedor que queria a vinda dele no início do ano. O discurso mudou nas últimas entrevistas, mas era tarde, pois o desgaste estava feito. Eutrópio dava mostras claras que a Série A estava enorme para ele. Acredito que profissionalmente deveria fazer uma avaliação deste ponto em especial.

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