Silas chegou mais tranquilo. É o que traz a experiência. Isto é bom para o momento, pois os garotos precisam de um norte, de alguém em quem eles possam confiar como um mestre, um guru. Antes de ser técnico deste time atual do Avaí, Silas vai ter que ser tudo isto que escrevi. É complicado pegar um grupo jovem. Se fossem mais experientes, meia palavra bastava. No trato com Marquinhos talvez até um olhar seja suficiente. Com os garotos não. Vai ser preciso orientar na vida e na bola, e repetir bastante. Era o que faltava a Raul Cabral, pois o tempo de estrada ainda não deu a ele tudo isto. Por mais que imaginasse estar pronto – e pra muitos desafios vai estar pronto mesmo -, para o Avaí atual não estava. Silas vai ser guru até pra gente maior dentro do clube, que ainda não conhece o futebol, mas imagina conhecer. O Avaí contratou mais que um técnico. Contratou um porto seguro e precisa saber se orientar por ele.

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Versão diferente

O presidente do Avaí, Nilton Macedo Machado, esteve no Debate Diário desta quinta e trouxe números diferentes sobre o acerto com o Globosat para o contrato de TV fechada a partir de 2019. Surpreendentemente – porque há cláusula de confidencialidade das duas partes no acordo – abriu os números e falou em um contrato de R$ 10 milhões e luvas – bonificação por fechar o acordo – de R$ 3 milhões. O valor do contrato é igual ao que publiquei aqui na última semana, mas no valor das luvas há divergências. O que posso dizer é que apurei – inclusive com nova checagem logo depois do Debate – que o Avaí recebeu R$ 2 milhões de luvas e antecipou R$ 1 milhão do contrato atual, que vai até 2018.

Uma questão de mérito

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Leio nas reportagens nacionais que Dunga e Gilmar podem cair na Seleção Brasileira. O que digo e acrescento a isto é que jamais deveriam ter assumido. A Seleção Brasileira precisa restabelecer o mérito como principal critério para qualquer escolha. O coordenador de Seleções precisa ter um trabalho em clube ou mesmo em Seleção para estar ali. Gilmar, antes de ser o que é agora na Seleção, era agente de atletas. O mesmo ocorreu com Dunga – não houve mérito de trabalho recente e vitorioso para leva-lo ao comando do time nacional. Este mérito era de três técnicos pelas últimas temporadas do futebol brasileiro: Tite, Levir Culpi e Marcelo Oliveira, que realizaram trabalhos vitoriosos no Corinthians, no Atlético-MG e no Cruzeiro. Há um clamor por Tite na Seleção, o que seria bem mais correto. É uma questão de mérito. O mesmo mérito que deve levar os jogadores para o time. Para que se dê valor à Seleção, primeiro é preciso estabelecer um escala de méritos para estar lá.

De postura também

Depois da partida contra o Paraguai, as imagens do Sportv mostravam Dunga xingando com palavrões o quatro árbitro, logo depois do apito final. É no mínimo lamentável – uma cena constrangedora e que chega a dar aquela famosa ¿vergonha alheia¿, afinal Dunga ali, em termos, nos representa. Mesmo que Dunga tenha algo a reclamar da arbitragem, não é postura de técnico da Seleção. Sempre fui fã do Dunga jogador, com a bola que jogava, a liderança que exercia e a raça que colocava em campo. Mas agora ele ocupa outra posição. O que parece é que não amadureceu nada, mesmo com o tempo e com a experiência. Vive em uma guerra contra o mundo, e não sabe lidar com isto.