Rodrigo Faraco: João Havelange, o bem e o mal

João Havelange foi um nome pra história do futebol brasileiro e mundial. Mas foi para o bem e para o mal. E terminou uma história que poderia ser maravilhosa sob a sombra das acusações e dos processos que colocam o ex-dirigente como um dos maiores envolvidos nos esquemas de corrupção investigados pelo FBI e pelo próprio comitê de ética da Fifa. Havelange fez muito pelo futebol brasileiro, que comandava a época dos maiores títulos, das Copas de 58, 62 e 70.

Esteve a frente da Fifa e comandou a maior revolução que o futebol já viu em termos de desenvolvimento, com a expansão do futebol para os cinco continentes e crescimento econômico e financeiro. Mas sucumbiu às tentações das negociatas de bastidores, que apontam recebimento de propinas. Tudo isto que está sendo investigado agora teria começado ainda nos tempos de Havelange na Fifa.

Com as investigações e as acusações foi forçado a deixar os cargos de membro permanente do Comitê Olímpico Internacional e de presidente de Honra da Fifa. Nesta terça-feira, o COI se recusou a colocar as bandeiras a meio mastro em sua homenagem durante a Olimpíada do Rio. Havelange poderia ter sido apenas o grande homem, mas morreu aos 100 anos com a sombra das acusações e abandonado pelo mundo do esporte.