Com traços do time que perdeu para a Alemanha nas quartas de final, há quatro anos, na Copa do Brasil, e do time que também perdeu, só que numa final de Eurocopa, em casa, para Portugal, há dois anos, a França se mostrou madura para vencer. A grande desconfiança era justamente sobre a maturidade da equipe do técnico Didier Deschamps.

Continua depois da publicidade

Não havia dúvidas sobre a qualidade. Mas com o grupo renovado, com jovens como o fenômeno Mbappé, a seleção francesa se fortaleceu ainda mais. Os experientes Lloris, Pogba, Griezmann, Giroud e Matuidi formaram a base sólida de um time que foi vencedor. Esta foi a marca da França, campeã da Copa 2018, na Rússia. Um time vencedor que foi muito forte nas disputas mais fortes.

Desde que iniciou os jogos eliminatórios das oitavas, a França foi impecável. Como foi na final, diante da Croácia, num jogo em que vendeu uma imagem de dominada, para saber vencer na hora certa. Soube usar o cansaço dos croatas a seu favor no início do segundo tempo, quando definiu a conquista. A França era a melhor! Escrevi algumas vezes aqui. Foi melhor e levou a Copa pra casa. Não há discussões. É preciso reconhecer e aplaudir os novos campeões.

A Copa do VAR

O torneio da Rússia entra para a história como o primeiro Mundial em que a tecnologia interferiu diretamente no jogo. E na final também. Corrigindo um erro da arbitragem, o VAR entrou em cena para acertar a marcação de uma penalidade existente para a França no primeiro tempo. Com mais ou menos polêmica, precisando ajustes ou não, é a grande novidade. E não há mais volta. A partir de agora, pelos países, a tecnologia, que já está na regra do futebol, vai se espalhar cada vez mais. Seja bem-vindo o VAR pra sempre no futebol.

Modric, o craque

Ele era o meu escolhido e acabou sendo o Bola de Ouro da Fifa também. Antes do Mundial, escrevi aqui que seria a Copa do jogo coletivo e não das individualidades. A escolha de Modric representa isso. Não foi um superastro o escolhido porque eles não desequilibraram.

Continua depois da publicidade

O que desequilibrou esta Copa foi o jogo coletivo. Mesmo com o brilho de muitos, como Modric, Hazard, Mbappé, Griezmann, Pogba, ou Kane, o jogo ficou mais coletivo e menos individual. E assim é o futebol na sua essência. Modric, um meia organizador, passador, motorzinho, é também a essência deste jogo coletivo.

Brasil

A Seleção Brasileira fez o básico. Vamos combinar que Copa para o Brasil começa nas quartas de final. Chegar até esta fase é uma obrigação. Cair nos grupos, ou nas oitavas, é desastre, é crise, é até vergonhoso. O Brasil chegou às quartas. Mas era ali que tinha que crescer como grande campeão que é. Não cresceu. Nos enganou, porque parecia que estava em crescimento absoluto. Fez um primeiro tempo muito ruim contra a Bélgica e pagou o preço. Nossa estrela, Neymar, não brilhou. Pelo contrário, saiu da Copa como piada mundial, com a marca da simulação.

É preciso mudar tudo? Não. A Seleção esteve preparada, teve planejamento e foi organizada. É preciso evoluir em cima disso. A Seleção precisa de meias. É o setor mais frágil do futebol brasileiro. Meias como Modric, Rakitic, De Bruyne, Pogba. É o trabalho que precisa ser feito até o próximo mundial.

Ouça o comentário de Rodrigo Faraco: