O esboço do time montado pelo técnico Claudinei Oliveira para a estreia fere um aspecto básico pra qualquer equipe: o equilíbrio entre os setores. Com Luan, Renato e Marquinhos no meio e um ataque com Tatá, Rômulo e William, o time fica muito exposto. O ideal seria ter mais gente no meio de campo, com Jajá, pelo menos, ajudando na marcação e na organização, e empurrar Marquinhos para frente, como um falso 9.
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Assim o Avaí ganharia bastante em equilíbrio e M10 teria liberdade para jogar sem que ficasse sobrecarregado. O time, como está montado, só funciona de um jeito: se estiver sempre com as linhas muito próximas e coordenadas. E isto não se resolve com algumas sessões de treino. Não estou escrevendo aqui que o Avaí não tem chance de ganhar o Luverdense. O Avaí pode sofrer mais e desnecessariamente nos jogos.
A estratégia correta
O jogo de Santos pode servir de espelho para o Figueirense no Espírito Santo, contra o Flamengo. Duas linhas de quatro jogadores atrás, com Carlos Alberto no lugar de Dodô e Rafael Moura na frente. O Furacão tem a vantagem do placar construído em Florianópolis e pode complicar o Flamengo fechando os espaços na defesa com as linhas próximas e o time compacto, tendo ainda o desafogo de Carlos Alberto na frente e He-Man pra definir algum lance de contra-ataque. O time conseguiu ser eficiente na estratégia em Santos e pode repetir isto na Sul-Americana. A vaga está próxima, a confiança em alta. Pode ser o momento do Figueirense na temporada.
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Acima do tom
A Chapecoense está reclamando da arbitragem com razão, mas está acima do tom. As manifestações de domingo pra cá foram maiores do que os motivos para reclamar. Entendo que é o que já se acumulou durante o campeonato, mas há um erro de foco. A energia está canalizada para reclamar e reclamar, quando deveria estar também em entender porque o time perdeu para o Cuiabá e para o Flamengo em dois jogos seguidos, um pela Sul-Americana e outro pelo Brasileiro.
O pênalti sobre Kempes existiu, mas foi isso. No resto o Flamengo foi melhor e venceu o jogo dentro de Chapecó. Tudo é sempre mais difícil num Brasileirão, quando não se tem a camisa pesada como um Flamengo e um Corinthians, e a Chapecoense já deve ter entendido isto. Mas pode ficar ainda mais difícil se os dirigentes, comissão técnica e até os jogadores começarem a gastar a energia com o problema errado. Faça constar a reclamação necessária, mas amanhã tem jogo e vale classificação.