O executivo Bourgeois concedeu coletiva ontem para defender o técnico Milton Cruz das críticas. Disse que “estão pedindo a cabeça”. Acho que cometeu um equívoco de leitura. Afinal, quando se faz críticas, como fiz aqui neste espaço ontem, não quer dizer que seja um “pedido de cabeça”. Muito pelo contrário. Acho que o Figueirense tem que ir de Milton Cruz até o final da temporada, mesmo que tenha restrições ao que tenho visto nos jogos, com escolhas e mexidas equivocadas, principalmente.
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Bourgeois parece ter incorporado rapidamente a “cultura do futebol brasileiro”, em que uma crítica tem o significado de demissão, ou pedido de demissão.
Na mesma coluna de ontem, citei que Cruz faz, para o momento, a opção que mais se enquadra, com um time com maior intensidade e jogando com marcação e velocidade. Bourgeois deveria conceder entrevista coletiva para explicar a saída de Luiz Fernando. Isto sim o torcedor gostaria de saber com mais detalhes do que três linhas no Twitter.
A saída de Luiz Fernando é mais uma pancada no torcedor do Figueirense
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A não ser que Luiz Fernando tenha sido vendido por uma quantia expressiva, o Figueirense não vai ter justificativas para explicar a saída da jovem promessa mais esperada dos últimos dois anos. Jogador apontado como uma das 60 maiores promessas do futebol mundial do jornal inglês The Guardian no ano passado, o atacante deveria ter sido mais bem administrado pelo clube.
Luiz Fernando está no clube desde os 12 anos e sequer vai jogar no profissional, o que já era uma ansiedade da torcida, que vê um time em uma das piores temporadas das últimas duas décadas. Mas até o valor da “quantia expressiva” é bem relativo. Quanto vale, afinal, um jovem de Seleção Brasileira e que está reconhecido num dos mercados mais agitados e lucrativos do futebol internacional, o inglês?
O Figueirense não soube fazer a gestão de uma joia, destas raras, que aparecem de anos em anos. Mesmo que a justificativa seja que o atleta não quis ficar, como colocou em sua conta no Twitter o quase presidente/CEO/diretor de futebol, Alex Bourgeois. Tudo isso passa pela gestão. Em qualquer clube. O fato é que o jovem mais promissor dos últimos anos está indo embora sem jogar no profissional.
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O jogo mais difícil
O Figueirense recebe hoje, no Orlando Scarpelli, o time que vem jogando o melhor futebol do returno. O Paraná, comandado pelo executivo Rodrigo Pastana, o mesmo que subiu o Criciúma em 2012 e o próprio Figueirense em 2013, é o líder desta segunda parte da competição e vem com resultados expressivos como a goleada em cima do Guarani por 4 a 0 em Campinas.
É certamente o maior desafio para este Figueirense que ainda não passa segurança. Se vencer, o time cresce muito em confiança. Mas pra isso vai ter que marcar muito e preencher os espaços – tem que ser um time mais organizado do que vem sendo.
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