Finalmente saiu a entrevista do diretor/investidor do Figueirense, Claudio Vernalha. Coube a mim a exclusiva no Estádio CBN da última segunda-feira. Era a entrevista que estava faltando e começava a causar certa apreensão nos torcedores do Figueirense. Afinal, após a saída do CEO Alex Bourgeois, ninguém, a não ser o treinador Milton Cruz, havia falado com a imprensa ou assumido o papel de interlocutor do clube com sua torcida.

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Vernalha sempre usava a desculpa que não era dos microfones e do futebol e não estava habituado com essa exposição. O que é preciso ser respeitado, mas, no caso de um clube com o tamanho e com a cobrança de um Figueirense, tem seu limite. Era preciso falar. Vernalha veio e falou, respondendo sobre quase todos os assuntos pertinentes do momento e com isso ganha pontos com o seu torcedor.

Estar escondido e misterioso tiraria dele a credibilidade necessária. Vir e falar tem efeito contrário – dá a ele crédito com o torcedor. Ao mesmo tempo que o torna ainda mais comprometido e responsável. As declarações dadas sempre serão cobradas – são como um tratado, não assinado, mas de qualquer forma firmado com a torcida.

Orçamento

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Outra declaração que chamou atenção foi sobre finanças. O Figueirense não esconde que há atrasos neste momento. Claudio Vernalha afirmou que ainda são necessários R$ 10 milhões pra fechar o exercício 2017. E que para projetar 2018 é preciso captar ainda mais R$ 15 milhões, num orçamento que deve ter um total de R$ 30 milhões. É problema, tanto para 2017, que economicamente não acabou, quanto para projetar o próximo ano. Os investidores ainda vão ser captados no mercado, e, segundo afirmativa de Vernalha, não vêm do futebol, não são empresários conhecidos do mercado do futebol.

Fernandes gerente

Uma das principais revelações de Vernalha foi o convite feito ao ídolo Fernandes para assumir a função de gerente no Departamento de Futebol do Figueirense. Uma grande sacada da gestão atual foi trazer Fernandes de volta ao clube. A segunda grande sacada será aproveita-lo efetivamente no futebol. Fernandes tem tamanho, representatividade e expressão pra ser muito mais do que uma figura decorativa no clube. A entrada dele traria respeito e peso ao departamento, e respaldo do torcedor.

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