Pela primeira vez o técnico do Avaí falou abertamente em mudar convicções. Em abrir mão de algo para obter resultados melhores nas partidas. Por mais que tenha insistido que o resultado contra a Ponte Preta foi bom — o que não foi —, ele admitiu rever algumas definições para o time. Está mais do que na hora, pois o Avaí reforçou e está praticamente jogando com a mesma formação.

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Tirando Juan, Joel, as novidades entre contratações, e o goleiro Douglas, que enfim ganhou uma oportunidade, nem Simião, nem Lucas Otávio, nem Willians, nem Diego Tavares, nem Pedro Castro, muito menos Maicon — os contratados — ganharam realmente vaga na equipe.

Acredito que a melhora do Avaí passa por ajustes ainda. Em todos os setores. E Claudinei Oliveira tem condições de fazer isto. Dá pra tentar algo diferente, que dê mais equilíbrio entre o sistema defensivo e o poder ofensivo do time. Só que duas coisas tenho certeza: time que não ganha em casa não fica na Série A e time que não faz gols, no máximo empata.

Ataque não é só individualidade

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Já escrevi sobre isto, mas volto ao assunto, pois a cultura do torcedor é achar que o time faz gols ou não faz por culpa ou responsabilidade dos jogadores que têm no ataque. Este é apenas um dos motivos. Durante muito tempo, a cultura foi essa mesmo.

No futebol brasileiro o conceito geralmente era: “arrumo a defesa e lá na frente os atacantes resolvem”. A individualidade é apenas um dos fatores, mesmo quando há jogadores que se destacam com dribles e arrancadas. É precisa que o torcedor entenda isto. Mas é preciso, principalmente, que os profissionais que trabalham no futebol também tenham este tipo de entendimento.

Um time faz gols com a individualidade e um bom drible, e uma grande arrancada, e um bom finalizador, mas também faz gols com troca de passes bem treinada, com um número maior de jogadores atacando e pressionando o adversário, com movimentação, e com bola parada bem treinada também. O Avaí acertou o gol da Ponte Preta apenas três vezes durante 90 minutos. Jogava em casa e contra um adversário que ainda poupou alguns jogadores titulares. É muito pouco.

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