Conta a história que o bordão “rouba, mas faz” surgiu na política brasileira na década de 1950. Eleitores diziam a frase para justificar o voto em um candidato específico, que era acusado de corrupção. Não estou aqui para escrever sobre política ou corrupção. Mas gostaria de fazer uma reflexão.

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Quando recebemos recados nos nossos programas na CBN Diário de torcedores que criticam a política de pé no chão da administração do Avaí fazendo uma relação com o possível rebaixamento, os recados são mais ou menos nessa linha: “de que adianta salários em dia e finanças em ordem e ter um time perdedor e rebaixado?”. São dois erros na premissa. Não há nenhuma garantia de que uma coisa leva a outra.

Fazer um time modesto, sem medalhões, não é sinônimo de rebaixamento. E o contrário também não é garantia de sucesso. O segundo erro está no valor das coisas. Administrar de forma correta deveria ser sempre um valor indiscutível. Fazer de forma errada deveria ser sempre algo para desaprovar. Então não consigo ouvir torcedor achando que atrasar salários é a saída – tudo em função de resultados imediatos.

Administrar corretamente é para longo prazo. O torcedor muitas vezes acredita na fórmula mágica do “contrata medalhões, atrasa salários, mas ganha jogos e campeonatos” como se fosse verdade. Fica muito claro que o bordão “rouba, mas faz”, da política, ganhou uma versão esportiva, pelo pensamento mágico do torcedor que adora vitórias, mas detesta quando surge alguma informação sobre salário atrasado no clube dele.

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