Mais uma vez o futebol brasileiro discute uma decisão da arbitragem, que gerou polêmicas e desconfianças. Numa situação muito parecida com a da partida Avaí 1 a 1 Flamengo, pela sexta rodada do Brasileirão, o Santos alega que houve interferência externa para que o árbitro Leandro Pedro Vuaden voltasse atrás na marcação de um pênalti a favor da equipe santista, no final do primeiro tempo do jogo válido pela Copa do Brasil, na quarta-feira.

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Estava assistindo à partida e vi, como todos viram, que Vuaden marcou o pênalti sem muita convicção. Demorou para decidir marcar. Depois de conversa rápida com o quarto árbitro ele voltou atrás. O Santos pediu oficialmente a anulação da partida, sob o argumento de interferência externa. Cabem algumas considerações aqui. A primeira delas é reforçar que este tipo de interferência ainda não é permitida. É ilegal.

Depois é preciso acrescentar que, com ou sem interferência, Vuaden acertou ao voltar atrás. Não houve pênalti. Também é preciso dizer que Vuaden não fez a lambança feita por Paulo Vollkopf na Ressacada, na partida do Brasileirão. Desta vez foi rápido, seguro e teve muita postura para voltar atrás.

Sim ou não

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Sobre a interferência externa não há como ser ingênuo para não desconfiar de algo. De uns três anos para cá, o futebol brasileiro se acostumou com este tipo de reação dos árbitros em diversas partidas. Marcam algo, tomam alguma decisão, são pressionados, há uma cena em conversas com um, dois ou três auxiliares, e a decisão é alterada. Aconteceu num Chapecoense X Palmeiras, em 2015, em Chapecó. Ocorreu também com Sandro Meira Ricci, num Fla-Flu do Brasileirão do ano passado.

Ao mesmo tempo, quem acusa tem que provar. Se não houver prova substancial de que ocorreu a interferência externa, não há como mudar nada nos tribunais.Neste caso específico, depois de tudo que li e ouvi, acredito que a decisão foi de Vuaden mesmo – de marcar e desmarcar o pênalti.

Mas não chego a defender bravamente isto em qualquer debate. Acho que a discussão, a dúvida e a desconfiança é válida. Ao mesmo tempo, acredito que a tal da interferência já está atrasada. A utilização do vídeo no auxílio à arbitragem é questão de tempo. Sou favorável e acredito que vai ajudar.

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