Adélia e Guido Neideck agora conseguem manter limpa a casa às margens da SC-427, em Rio do Campo. A tarefa aparentemente simples era quase impossível diante da estrada sem pavimentação e se agravou nos últimos dois anos, tempo em que a rodovia estadual que liga Taió a Rio do Campo passou por obras de recuperação. Para a agricultora de 60 anos, que mora no local há 25, a estrada que divide a casa da família da plantação de arroz sempre foi ruim, mas durante a reforma, a poeira dificultou ainda mais o dia a dia.

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Mas o pior já passou. Aos 71 anos Guido comemora a conclusão da obra, entregue em dezembro do ano passado, mas lamenta a ausência de acostamento ou áreas de escape no trecho de 15,6 quilômetros que compõem a rodovia:

– Não que a gente esteja reclamando, porque a estrada ficou muito boa, mas não tem acostamento, né? Se bem que agora todas as rodovias são assim. Vai ser difícil fazerem isso. Mas a poeira que era o problema pior foi resolvido.

Considerada em estado crítico em levantamento feito pelo Santa em 2013, a rodovia estadual onde vivem Adélia e Guido é a que hoje está em melhor situação no Vale do Itajaí. Em seguida vem a SC-110.

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O trecho entre Ituporanga e o trevo de Imbuia já recebeu a primeira camada de asfalto e em Vidal Ramos as obras foram concluídas. Diferente de Vidal Ramos onde o asfalto e a sinalização estão em ótimo estado, o trajeto da SC-110 entre Pomerode e Jaraguá do Sul, da SC-412, entre Itajaí e Blumenau, da SC-477, de Indaial a Timbó, e, principalmente, da SC-414, de Luis Alves a Navegantes, ainda sofrem com pavimento deteriorado, buracos, vegetação sobre a pista, falta de acostamento e sinalização precária.

:: Confira o antes e depois das seis rodovias percorridas pelo Santa

Ainda em Navegantes, a placa no início da SC-414 anuncia que os 27,8 quilômetros da via que passa por Luis Alves estão em obras desde agosto do ano passado. A realidade, entretanto, é outra. Exceto por um pequeno trecho em Luis Alves, onde operários fazem uma operação tapa-buracos com asfalto frio, o que se vê é o mesmo que se via dois anos atrás. Crateras em ambos os sentidos na altura do bairro Escalvado, sinalização horizontal e vertical deficientes e mato no acostamento. Os obstáculos obrigam motoristas a reduzir e, por vezes, dirigir no sentido contrário.

Estado reconhece que SC-414 está entre as piores

O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) reconhece que a SC-414 é uma das rodovias estaduais mais críticas no Vale. Mas a menos de um ano para o fim do prazo previsto para conclusão da revitalização – abril de 2016-, apenas medidas paliativas são feitas no local. O diretor de obras do Deinfra Adalberto de Souza explica que o asfalto frio é usado para minimizar os buracos, mas garante que o pavimento será totalmente refeito em breve:

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– Com chuva não adianta colocar asfalto quente. Assim que o tempo melhorar os trabalhos serão retomados e será feita uma camada de asfalto de fora a fora.

Apesar de seguir em ritmo lento, a SC-414 é a única que tem prazo para conclusão. Segundo Souza, na SC-412 e na SC-477 uma nova operação tapa-buracos deve ser feita quando o tempo melhorar.

– A SC-412 tem mais de 20 anos e já foram feitas outras operações, mas iremos recuperar o trecho novamente. Em Timbó, que é uma rodovia pequena, quem deve assumir a recuperação é a Secretaria de Desenvolvimento Regional – explica.

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Sem informar prazos, o diretor de Obras afirma que a revitalização do pavimento da serra de Jaraguá do Sul, na SC-110, depende da elaboração de um projeto, mas que em Pomerode já há uma empresa contratada para refazer a pista. As obras na SC-110, em Ituporanga, dependem de desapropriações.