O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), fez um balanço dos pouco mais de seis meses de gestão em entrevista à NSC Comunicação nesta semana. Em conversa com os colunistas Ânderson Silva, Dagmara Spautz, Estela Benetti, Raphael Faraco e Renato Igor, o chefe do Executivo falou sobre ações como o programa Universidade Gratuita, aprovado na Alesc e que deve ser implantado neste segundo semestre, e polêmicas recentes como o embargo do Japão à carne de frango exportada por indústrias catarinenses. Jorginho também abordou temas como a relação com o governo Lula e os impactos da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro em SC.

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Confira abaixo as respostas do governador sobre os principais temas abordados:

Embargo do Japão ao frango de SC

Entreguei formalmente um pedido ao ministro (da Agricultura, Carlos Fávero) para que seja revertido esse embargo de 28 dias. Mostramos para eles que, além da parceria que a gente tem, que é de longa data, duradoura, as nossas condições sanitárias em Santa Catarina são uma das melhores. Foi uma ave de quintal (diagnosticada com gripe aviária, razão do embargo do Japão), mas os protocolos dizem que tem que abater num raio de 10 km. Já foi feito isso, no sábado e no domingo. Então, a gente explicou para ele tudo isso e pediu o empenho dele. Como o ministro também está indo para o Japão sexta-feira, vai tratar como prioridade para que a gente não tenha prejuízo, porque nossos avicultores são de pequena propriedade, e vai dar um prejuízo muito grande. Nós vamos ter que procurar novos mercados e a gente não quer fazer isso. A gente sublinhou muito a ajuda dele para que a gente consiga reverter isso.

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Contas do Estado

O secretário Cleverson (Siewert, da Fazenda), que me acompanha aqui, está cada vez mais magro, porque tem feito uma economia, apertado o cinto uma barbaridade. Nós cortamos 50% de todas as secretarias. Foi um berreiro só. Só não cortamos da educação e da saúde, o resto foi tudo feito um corte de gastos, de custeio. Nós vamos economizar até o final do ano R$ 2,1 bilhões. O Pafisc, que foi feito, um plano de ajuste fiscal, cortando, modernizando e desburocratizando. Fazendo alterações, inovando. E concursos, autorizamos só para a polícia, só para a segurança pública alguma coisa, para o sistema prisional, porque está um caldeirão aquilo, tem gente para tirar, uns esperando o concurso remanescente. O furo era de R$ 2,8 bilhões, (com) R$ 2,1 bilhões de economia até o final do ano, a gente começou a respirar.

A arrecadação sofreu no começo porque veio a diminuição por causa do ICMS dos combustíveis, recuperamos com um acordo com o governo federal, todos os outros estados, mais ou menos equilibramos. Não está uma “belezura”, mas também não está tão feio porque a gente tomou providência que deveria ser tomada. Porque não adianta ficar querendo construir alguma coisa ou economizar alguma coisa se você não mete a mão na massa. A gente tomou essa providência. E foi no acerto, foi na medida certa. Corta para sobrar um pouquinho até o final do ano para a gente equilibrar todas as nossas contas.

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Reforma administrativa

Nós criamos quatro secretarias, não aumentou um real. Nós só remodelamos, tiramos o que estava… Por exemplo, Meio Ambiente e Economia Verde, a gente criou essa secretaria e juntou com o IMA. Nós criamos Portos, Aeroportos e Ferrovias, tiramos lá da Secretaria de Infraestrutura, que estava lá junto. E lá só coisa de buraco, de ponte de, enfim, ninguém cuidava dessa parte importante. Então, isso que a gente tirou de dentro, remodelou, redistribuiu e cancelamos 609 cargos em comissão. Então a gente enxugou o estado no começo, mas absorveu os aumentos, os compromissos que já tinha sido incorporados pela última aprovação lá do Poder Legislativo (que causaram aumento da folha de pagamento).

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Pacote para recuperação de SCs

A economia do Estado reage muito fácil, nosso Estado é diferente de todos os outros. Então, a gente fez uma projeção otimista. A nossa economia reagindo, a gente podendo mudar a infraestrutura de estradas, nós vamos fazer o maior investimento em estradas SCs que foi feito até hoje. Porque só foi feito remendo até hoje.

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(…)

A Assembleia Legislativa já aprovou, de R$ 1,5 bilhão do BNDES e parte do BID, para que eu possa revitalizar as 27 piores estradas estaduais, as SCs. Restauração do que se tem. Não fazer remendo, recuperar toda a malha, sinalizar, cortar o mato que está entrando na pista, fazer as valetas de novo, colocar o olho de gato, trocar o asfalto por asfalto emborrachado, que dura mais e o preço é praticamente igual. Então, nós vamos fazer uma recuperação, uma revitalização, até baseado num dos projetos, numa das relações que a Fiesc nos entregou, porque eles cuidam muito da infraestrutura.

O que está pior, o que está melhor, e a gente fez um check-list junto com a Polícia Rodoviária Estadual, porque eles estão no trecho, eles sabem o que está mais esburacado. Tem buraco esperando no acostamento para entrar. Essa foi a herança e nós temos que enfrentar isso, e nós vamos enfrentar, com financiamento. Então, quando eu terminar de fazer o giro dos prefeitos, que eu termino até o final do mês, os 295 prefeitos, as 21 associação de municípios, eu vou fazer o lançamento de obra do valor de R$ 1,3 bilhão, que nós vamos contratar para começar a recuperar a malha viária de Santa Catarina.

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Recursos para municípios e obras do Plano 1000

Eu quero informar que isso eu estou fazendo, eu estou fazendo com os prefeitos, eu já visitei 243 prefeitos. Como é que é visitar o prefeito? Tem 21 associações de municípios, de prefeitos. Eu estou chamando. Depois de amanhã, sexta-feira, eu vou fazer com a Grande Florianópolis. Já visitei 17 associações de municípios, que é uma geografia consolidada em Santa Catarina. Eu falo, eu apresento o governo, o que nós estamos fazendo, o que vamos fazer de energia, saneamento etc, e depois eu me reúno com o prefeito por prefeito individualmente.

Ele vem, senta, eu vou para a sala do presidente da associação e eu chamo o prefeito por prefeito. Conforme a distância, os mais longe primeiro, para eles poderem sair para ir para casa. Ele traz mais um acompanhante e eu já tenho a radiografia das obras lá do município dele. Eu digo: “Ó, essa aqui vai ser prioridade, eu vou autorizar pagar tanto. Essa aqui, nós vamos continuar, essa aqui tem que esperar um pouquinho, essa aqui, nós estamos pedindo uma reavaliação do valor da obra, que está muito cara”. Enfim, e tem sido uma beleza. Os prefeitos saem felizes da vida. E vocês da imprensa podem confirmar isso com eles.

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Então, eu tenho tratado com muita clareza, com muita conversa reta, que sempre, isso é o meu estilo, eu nunca mudei. Dizendo para eles o que nós vamos fazer, por que nós vamos fazer, qual é a prioridade. qual tem que esperar um pouquinho. Porque o plano 1000, que o ex-governador fez, era para cinco anos, não é para pagar num ano, então tem coisas que foram prometidas, um monte de cheque sem fundo, um monte de promessas, um monte de “faça a licitação que depois eu pago, e ninguém pagou”. Então nós estamos resgatando isso tudo, e a gente tem clareza das obras que são prioridades regionais.

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Governador Jorginho Mello avaliou os seis meses do governo de SC (Foto: Tiago Ghizoni, NSC Total)

Concessão de rodovias

Eu continuo pensando exatamente como pensava antes. Eu sou um entusiasta para que o governo federal privatize todas as BRs em Santa Catarina. Chega de pedir esmola em Brasília, toda vez a bancada, os deputados federais e senadores no ministério: “Por favor, mais um dinheirinho, pro Dnit, para a manutenção”. Daí tu pega para fazer um trevo, tu pega para tapar um buraco. A BR-470, por exemplo, só tem projeto até Indaial, depois não tem mais projeto.

Então não vamos ficar alimentando expectativa de que vá acontecer uma duplicação até a BR-116. Vamos concessionar as obras federais. Eu torço por isso, trabalho por isso. As estaduais nós temos o compromisso de recuperar. Um dia pode ser que se fale em juntar uma federal com uma estadual para não ter fuga, como estão dizendo lá no Paraná, rota de fuga, enfim, mas eu não trato desse assunto porque o grande compromisso é manter as estradas estaduais recuperadas e sem pedágio.

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Relação com governo Lula

O tratamento (com o governo federal) eu faço de forma muito republicana, muito sincera. Eu tenho tratado com o ministro da Educação. Estava tratando que o que saiu, estou tratando com que entrou, com o Camilo Santana, sobre a federalização da Furb. Que é um desejo de muitos anos, fazer uma Universidade do Vale do Itajaí, pública e federal. Tratei agora, fui tratar com o ministro Márcio França sobre o Porto de Itajaí, que está uma vergonha, nós precisamos socorrer. Se não, Itajaí vai perder muito, o Estado vai perder muito, Itajaí vai perder muito porque desapareceram todos os contêineres. Do outro lado, a Portonave bombando e ali zerou. E isso é um prejuízo muito grande para a economia de Itajaí. Até pela arrecadação, eles eram o maior arrecadador de ICMS sem ter um frango. E agora está às moscas.

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Então, eu fui lá dizer para o ministro, o Estado se coloca à disposição para encontrar uma solução, ministro. Se a prefeitura não tem condições de fazer e o governo federal também não tem, nós nos colocamos à disposição porque os nossos portos estão em um desempenho extraordinário. Também (foi oferecida a opção de estadualizar a gestão do porto), se ele quiser. Eu disse a ele que nós estamos à disposição para encontrar uma solução para o Porto de Itajaí, que vai prejudicar muito a cidade. Vídeos que vocês têm visto, pessoas desesperadas que estão passando fome, enfim, por causa desse “puxa e frouxa” lá que não saiu. E as cargas foram embora. E para trazer de volta isso demora muito. Quem tem experiência em porto sabe que um contrato de transporte de contêiner, você não muda de porto como se muda um outro tipo de carga. Enfim, então eu fui lá.

Eu falei com o ministro da Agricultura sobre o objetivo da gripe aviária. Falei com o Márcio França sobre o Porto, fui falar com o ministro Haddad… Uma relação republicana. Eu já tratava com ele quando ele era ministro da educação. A universidade de Rio do Sul eu consegui, através de abaixo-assinado com ele quando ele era ministro da educação, para instalar o curso de Medicina lá. Então eu fui lá pedir os R$ 465 milhões que o governo passado investiu em rodovias e ele ficou admirado. “Pois é, o meu pessoal está tratando aí já, o pessoal da equipe técnica, é de estranhar, né, mas investiu nas obras federais?”. Eu digo: “É, ministro, e eu precisava de volta. Eu não quero que o senhor me devolva o dinheiro, eu quero que o senhor desconta na conta que o Estado tem aí e que me liberem as parcelas que eu possa, enfim…”.

Ele vai ajudar. Disse: “Eu vou ajudar, porque eu acho justo”. Eu digo: “O senhor não vai encontrar governo nenhum no Brasil que vai pegar dinheirinho limpo e investir em obras federais, que depois nunca mais vai voltar, há dificuldade grande para voltar”. Tá aí, nem abater da dívida está sendo autorizado de pronto. Santa Catarina merece respeito pela importância que a gente tem, e a gente respeita. Eu respeito. A eleição passou, partido na gaveta e compromisso com as pessoas.

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Inelegibilidade de Bolsonaro e papel do ex-presidente

Ficou mais forte porque agora ele ficou inelegível, passou a ser um grande cabo eleitoral. Vai visitar estados, municípios fazendo campanha. Para eleger (candidatos em) municípios maiores, de expressão. Eu acho que ele ficou vitaminado porque fica como vítima. Eu não discuto decisão da Justiça. Eu aprendi, eu sou advogado. Não militante, não igual meu filho, que é um bom advogado, como muitos. Mas eu conheço a legislação e sei que decisão judicial tem que ser cumprida e ponto. Recorre. Como não tem para quem recorrer depois do TSE, só para o Papa Francisco, e ele está adoentado, então não dá, então tem que cumprir. Está inelegível, está inelegível. Entenderam que devia estar. Eu não vou discutir isso agora. Ele é o nosso líder nacional, é o presidente de honra do partido. No final do mês vai estar a esposa dele aqui, a Michele, que é presidente do PL Mulher, vamos fazer um grande evento. Possivelmente ele venha, não está confirmado ainda. Então ele é um cabo eleitoral ambulante, vigoroso, que vai ajudar a eleger muitos prefeitos.

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É possível (que o ex-presidente visite cidades catarinenses na campanha), porque ele está à disposição do partido. Sem mandato, sem possibilidade de ser candidato, então está livre, leve e solto para visitar estados que ele quiser e participar de algum evento político.
Não tenho dúvida, em um estado como o nosso, um estado conservador, ele vai fazer a diferença, ele vai nos ajudar em grandes cidades a eleger prefeito. Não tenho dúvida disso. Com o 22 e o apoio dele, a participação dele direta, vai ajudar a eleger muito prefeito.

Relação com Assembleia Legislativa

A Assembleia é o poder mais legítimo que tem. O deputado que se elege lá é um líder, ele representa um segmento. Ele é autônomo. Claro que nós temos 11 deputados estaduais, nós fomos muito bem nessa eleição, seis federais e 11 estaduais. E eu tenho tido uma conversa muito franca com eles, na sede do partido, procurando unir a bancada. Cada um é um líder e você tem que respeitar isso. E eu tenho uma relação muito franca com eles, muito amigável. Eles me respeitam muito e eu considero todos eles. E não nos faltaram em momentos de votação. Foi o caso das últimas votações que tivemos.

(…)

A lei das universidades. A gente encaminhou 20% a 80% (divisão de recursos para bolsas entre universidades particulares e comunitárias), até privilegiando as universidades privadas, (aumentando) de 10% para 20%. Aí teve essa conversa: “ah, poderia aumentar?” Claro que pode. Foi para 75%/25%. Podia até ser 70%/30%, eu até concordava. Mas deixa negociar, deixa eles fazerem as emendas, deixa eles fazerem o processo legislativo, que valoriza o parlamentar. Assembleia não é cartório, que tem que chegar lá e carimbar. Ninguém gosta disso. Eu tenho procurado respeitar isso deles. É por isso que a que que a tramitação das matérias, o presidente Mauro, todos os líderes têm sido solidários com o governo, porque é um governo de participação. Eu chamo para ajudar o governo.

Assista à entrevista

Preocupação com as posições bolsonaristas

Eu sou um homem de centro-direita, não tenho dúvida disso, e eu levo em conta, sim, pela amizade que construí com muitas pessoas de bem em Santa Catarina. Mas a minha decisão não é exclusivamente isso. Eu levo em conta porque Santa Catarina é um estado conservador, todos nós sabemos disso. Sabemos e “ressabemos” que é assim. Então, todas as decisões que tomo, eu procuro tomar da forma mais sensata possível. E tem um viés conservador? Claro que tem, porque eu sou conservador e o estado é conservador. Então, se isso agrada os bolsonaristas, melhor ainda.

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Universidade Gratuita

A gente tem responsabilidade naquilo que promete. Isso é um projeto de estado. Não é porque eu sempre sonhei em proporcionar isso aos catarinenses, e eu nunca tive condições, só tive condições de fazer agora porque estou tendo a honra de ser governador, não é porque eu passei muito cheque pré-datado quando eu estudava para conseguir superar, e pedir para segurar de novo e mais uma semaninha, porque se não está frio. Não é por isso. É porque eu entendo perfeitamente que nós vamos erguer a régua de Santa Catarina na área da educação. Puxa o Ensino Médio, puxa o Ensino Fundamental e vai ser um show. Então eu não tenho dúvida de que o Universidade Gratuita, que vai a esses números…

Eu queria implementar no todo, mas como o dólar tá curto, estou implantando em fases, 40% agora, depois para 60%, para 80%, para 100%. Com responsabilidade. Vamos fazer com que as mensalidades baixem, porque isso é um grande compromisso com as universidades comunitárias, de diminuir o valor da mensalidade, as compensações que eles vão nos dar. Já está acontecendo, como na Celesc, para ver a energia das escolas, fazendo com que o aluno faça o seu estágio, o engenheiro eletricista fazendo a instalação nas nossas escolas. Estamos estudando também para reforma de escola, para tirar o cheiro ruim do banheiro, para cobrir o telhado, para pintar. Eles, vão nos ajudar a fazer, isso é tudo contrapartida. É uma coragem que eu tive. Governador nenhum teve essa ousadia de dizer que educação é prioridade. Eu acredito que seja. Claro que a infraestrutura, estrada, crescimento econômico. Mas nenhum país, nenhum estado vai crescer tanto se não olhar para a educação de verdade.

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Programa Escola Mais Segura

Nós estamos chamando o pessoal, os aposentados vão custar R$ 70 milhões por ano, pagar R$ 4 mil a mais. Mas tem outros que já estão em uma outra fase da vida, não querem mais e nós não podemos obrigar. Então já tem uns 40% que já está lotado. Os policiais fardados, dando presente, né? Fala “presente” no comercial da televisão, com a arma “na cinta”, para dar a sensação de segurança.

Agora estamos fazendo com a Polícia Civil também chamando, vamos fazer com os bombeiros — os bombeiros têm que ter um treinamento, porque eles não usam arma, então tem que treinar. Para ver se a gente até o final do ano consegue chegar aí a 70%, 80%. E depois, nós vamos proporcionar também que o policial, na sua hora de folga, ele possa ir para a escola. Isso é um bico legal. Isso é um bico nobre. Que ele possa ir lá prestar o seu serviço com tranquilidade, preenchendo a sua carga horária numa boa.

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Não há resistência (de policiais aposentados em se interessarem pelo programa), é que é uma coisa nova. Surgiu pela desgraceira que tem dado, pela violência, pela falta de… Enfim, louco sempre teve no mundo inteiro, de vez em quando aparece um. Então, a gente precisa estar prevenido. Hoje o pai, o avô, a vó chega à escola e não pergunta se tem inglês, tem francês. Ele pergunta se tem segurança, tem policial para botar meu filho, meu neto. Então a gente está dando uma sensação de segurança.

Mutirão de cirurgias e hospitais

Nós vamos fazer de tudo. A secretária da Carmen Zanotto sempre trabalhou muito, mas nunca trabalhou tanto como tem trabalhado agora. No sentido de credenciar serviço em hospitais, de aumentar leito de UTI, de organizar fila que estava uma bagunça, nome repetido, pessoas que já tinham feito a cirurgia, que não avisaram, pessoas que infelizmente morreram e que estavam ainda constando na lista. Nós já zeramos cirurgias oncológicas, todas. Câncer é um mal que tem que se extirpar o mais rápido possível. Cateterismo infantil zeramos. Estamos na ortopédica agora. Melhorando a qualidade dos credenciamentos nos hospitais, os hospitais filantrópicos, as prefeituras, secretários de saúde têm sido parceiros, nos ajudando a fazer com que a fila ande. Nós operamos já 56 mil cirurgias, o último dado. Criamos mais 148 UTIs, porque afunilou tudo, dengue, Covid, bronquiolite, acumulou isso tudo e lotou os hospitais.

A saúde pública de Santa Catarina estava podre, os hospitais, a imprensa, viu, noticiou, publicou, botou foto. Estava podre. Nós estamos colocando as recepções no no Hospital Infantil, no Joana de Gusmão, no Carmela (Dutra), no Celso Ramos e no Hospital Regional (de São José). A gente fez milagre com o que pôde fazer até agora. Falta muito, mas nós estamos fazendo, vamos fazer, vamos recuperar.
(…)

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Reforma tributária

Estive ontem falando com o ministro Haddad, o secretário Cleverson foi junto comigo, e a gente pontuou alguns pontos que a gente não concorda. A manifestação que eu fiz: Eu sempre trabalhei, como deputado federal e como senador, para ser menos Brasília e mais Brasil. E esse grande conselho que será criado um grupo gestor vai centralizar tudo em Brasília de novo, e eu tenho medo disso. Porque a gente já manda R$ 100 e recebe R$ 10 com muito sacrifício. Tem estado que manda R$ 100 e recebe R$ 260, que eu não vou dizer o nome deles aqui. Então, eu não quero passar por esse risco de novo. Eu disse para copiar o que o Simples Nacional faz. Recolhe oito tributos numa única guia. Já sai a parte do município, a parte do estado e a parte da União. Não precisa desenvolver, já está pronto. Enfim, isso é um problema que a gente não concorda.

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A gente quer o Fundo de Desenvolvimento Regional. Por que que só tem que ter lá para o Nordeste, para o Norte? Nós temos pobre em Santa Catarina também. Nós somos o estado que tem mais carteira assinada do Brasil. Nós temos 2,7 milhões e R$ 220 mil Bolsa Família. Nós somos um por 10. O Maranhão é um por um. Não estou falando mal de ninguém, gente, só que nós temos pobre aqui também. Porque a gente não pode ter parte do Fundo de Desenvolvimento para fazer obras de infraestrutura? Se não é pra dar para o cidadão que está na pobreza, dá para nós fazermos estrada, ajuda na infraestrutura. Então a gente sofre com isso há muito tempo. A gente pediu para ter uma beiradinha do Fundo Desenvolvimento Regional, isso não foi alcançado. A aprovação por número. São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo, a gente representa 60% da população e 70% do PIB. Será que não dá para ter uma consideraçãozinha um pouquinho melhor?

Grande desafio daqui para frente em SC

O grande desafio é melhorar a infraestrutura de Santa Catarina. Nós vamos conseguir levar internet para os municípios onde não tem, que é ruim levar para o interior. Já prorrogamos a nota fiscal do produtor por não ter internet, e a gente não sabe como resolver isso. Só vai resolver com internet. Então nós vamos fazer internet, energia, estrada. Estradas vicinais hoje entram caminhões traçados para retirar o produto, e a estrada não pode ser ruim, porque não só passa uma vez, não passa duas. Enfim, nós temos que fortalecer a educação, consolidar o Universidade Gratuita para ser o grande case do estado, melhorar a saúde para atender bem as pessoas. Então, o meu governo é um governo especialista em gente.

Eu quero cuidar das pessoas. De pessoas eu entendo. Quem, quando era menino, dormia numa cama com cinco irmãos porque não tinha duas camas, só tinha o do pai e da mãe e uma outra, nossa, não tem dificuldade nenhuma de encarar qualquer problema, qualquer situação e fazer o meu melhor para o estado que eu amo, que é Santa Catarina.

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