Indígenas de diferentes aldeias bloquearam rodovias de Santa Catarina na manhã desta quarta-feira (7) em protesto contra marco temporal que está sendo votado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Pontos registraram restrição a partir das 9h, e voltaram a ser liberados por volta das 16h.
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O principais bloqueios ocorriam na região Oeste do Estado. Na SC-283, entre Chapecó e Arvoredo, onde a pista ficou totalmente interditada. Também houve restrição no trevo de acesso a Paial.
A tensão dos Xokleng e as versões que antecedem votação no STF
Conforme a reportagem da NSC TV, durante a manhã, o fechamento era de 45 minutos, sendo liberado a cada 15 minutos para desafogar o trânsito. Já carros de saúde e emergência podem circular a qualquer momento. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) acompanha a situação no local.
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A manifestação é formada por indígenas das Aldeias Toldo Chimbangue e Condá, de Chapecó. Também há pessoas de aldeias de Ipuaçu.
Já na BR-101, em Palhoça, o km 233 foi bloqueado por manifestantes por volta do 12h no sentido Norte, que foi liberado uma hora depois. O sentido Sul também foi bloqueado por volta da 12h30.

Também foi bloqueada a BR-280 em Araquari, no Norte de Santa Catarina, por indígenas da aldeia Piraí. O ato teve início por volta das 13h.

O marco temporal
A discussão sobre o marco temporal indígena voltou à tona porque o STF tem previsão de retomar nesta quarta-feira (7) um julgamento para decidir a constitucionalidade dessa tese jurídica.
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A Corte fará isso ao julgar especificamente uma ação judicial que trata de um território sob disputa em Santa Catarina. Diferentemente do caso de Roraima, a decisão de agora terá o que a Justiça chama de repercussão geral: ou seja, vai fundamentar outros cerca de 80 casos parecidos e definir os rumos de mais de 300 demarcações pendentes no país.
A mobilização dos indígenas de SC contra o marco temporal, que será analisado no STF
O tema também ganhou força no Congresso Nacional porque parlamentares, em especial os da bancada ruralista, tentam se adiantar ao julgamento do STF e estabelecer um marco temporal na legislação para que, assim, a discussão deixe de ser apenas uma tese jurídica.
A iniciativa dos parlamentares se dá a partir do projeto de lei 490, originalmente proposto em 2007 pelo então deputado mato-grossense Homero Pereira, já falecido, para que a responsabilidade sobre as demarcações sejam repassadas do Executivo ao Legislativo.
Em 30 de maio, Câmara dos Deputados aprovou o projeto por 283 votos favoráveis contra 155 contrários em sessão tumultuada. Houve ainda uma abstenção. Eram necessários os votos favoráveis de ao menos 257 deputados, número equivalente à maioria simples da Câmara. O texto agora irá ao Senado Federal.
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*Com informações de Andrielli Zambonin, da NSC TV Chapecó
Veja imagens da manifestação:



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