Uma caixa de energia elétrica com o fundo remendado por fita adesiva e a presença de banheiros químicos no estacionamento resumem bem a atual situação em que se encontra a rodoviária de Joinville.
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Pisos quebrados, azulejos descolados, pinturas descascadas, pilares e teto mofados, além de 38 lâmpadas apagadas nas áreas de circulação completam o cenário de desleixo do prédio que deveria ser um dos cartões de visitas da cidade.
Mas há uma esperança de mudança. Com a extinção do Instituto de Trânsito e Transporte de Joinville (Ittran), órgão responsável pela gestão da rodoviária, ela passará a ser administrada pelo Instituto de Previdência Social dos Servidores (Ipreville) a partir do dia 2 de setembro.
– Para uma cidade que recebe tanta gente de fora, precisava haver mais investimentos – disse a professora universitária Gisele Benedet Dutra, que chegou ontem à tarde de Criciúma junto com a mãe, Ângela Benedet.
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As duas pretendem visitar familiares e curtir o Festival de Dança na cidade. Ao desembarcarem, elas sentiram a falta de uma área mais fechada para os passageiros, como há em Criciúma. Na opinião delas, faltam conforto e cuidados com a aparência do terminal, embora destaquem a limpeza do ambiente.
O patroleiro José Lemos Padilha, que trabalhou em Joinville nos anos 1970, saiu de Curitiba ontem para buscar um novo emprego na “maior cidade catarinense”. Para ele, a rodoviária deveria ter piso de cimento e escadas rolantes em vez de rampas. Para aumentar a segurança no local, Padilha usou o exemplo da capital parananense:
– Aqui deveria ter um sistema para separar quem viaja de quem não viaja – comentou.
Avaliação da estrutura
Para quem trabalha na rodoviária, a impressão é a de que a estrutura está “abandonada”. O taxista Valdomiro de Oliveira, que está há dez anos no local, sente falta de uma farmácia, de lojas, um bom bebedouro de água e de investimentos na parte estrutural do prédio da rodoviária.
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– Vai mudar só o penteado, a noiva será a mesma – ironizou.
A presidente do Ipreville, Márcia Alacon, formou um grupo de trabalho para identificar as necessidades imediatas e as questões contratuais que envolvem a mudança. A nova administração fará a avaliação da estrutura e buscará modelos de gestão de rodoviárias para usar em Joinville. Ela entende que uma boa reforma e uma gestão viável podem resolver o problema.